Os
apelos da mídia na conturbada vida moderna levaram os responsáveis por nossas
crianças a traçar uma nova forma de viver. Para nos ajudar a entender este
dilema o grande Joãozinho, o menino contestador das fábulas infantis, nos fará refletir
a vida na sociedade atual.
Depois
de vários anos no Ensino Fundamental I, Joãozinho pega seus cadernos
universitários com os quais sobrecarrega sua mochila e seu pequeno ombro, pois
ele se recusa a usar uma mochila de rodinhas. Pagar mico não é nada agradável
em tempos de Bulling.
Acompanhado
por sua mãe, ele dirige-se a sua turma, enquanto os colegas se fazem precursores
de tal frenesi. Entram e saem da sala o tempo todo.
De
repente o silêncio toma conta do ambiente à professora de português amada e
temida por todos, ela cumprimenta os alunos entrega-lhes um bilhete convocando
os responsáveis para uma reunião.
Joãozinho
guarda o recado, enquanto seus colegas: fazem aviãozinho, colocam debaixo da
carteira, amassam, usam como papel para recadinhos... Como um peixe fora d’água,
ele pergunta:
-
Por que você jogou o recado fora?
-
Minha mãe trabalha, ela disse que eu já sou grande e tenho que me virar. - Autotomia
moleque! - Autonomia!
Em
casa ele revira seus gibis e encontra o Estatuto da Criança e do Adolescente,
ilustrado por Maurício de Souza, coloca na mochila aumentando um pouco mais o peso,
neste difícil hábito a ser mudado nos pré e adolescente.
No
dia seguinte o sinal toca!
-
Maravilha!... Ecoa a voz do Joãozinho. – Aula de português! A magnífica
professora das palavras, com quem aprendíamos a entender cada símbolo linguístico,
conquistado pelo homem em sua longa jornada no Planeta.
Antes
de começar a aula, Joãozinho diz:
-
Professora! Ajude-me a dizer aos homens o que estamos fazendo com a lei.
-
Não entendi João?
-
Nós somos pequenos, mudamos de fase na escola, concordo que temos que ter
autonomia como disse o Luiz, só que a lei que está escrita neste gibi deve ser “RESPEITADA”, porém quando descumprirmos
a lei, não estamos cometendo um crime? No
Estatuto há um parágrafo único que determina: “E direito dos pais ou responsáveis ter
ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas
educacionais ”. Estas informações são passadas nas reuniões, por
que as empresas não respeitam a lei? Na outra escola, a Diretora sempre
elogiava a presença dos pais. Não crescemos tanto assim, nos sentimos soltos,
sozinhos e perdidos, queremos e não queremos ser adultos em um corpo frágil sofrendo
profundas transformações.
-
Fique calmo Joãozinho, uma coisa de cada vez.
-
Os pais acreditam que seus filhos cresceram, porém nesta fase da vida, as transformações
hormonais e a necessidade de incluir-se a um grupo, se não forem acompanhadas por
seus responsáveis podem causar danos irreparáveis as nossas crianças.
Para
as escolas fazer os pais presentes é muito difícil, principalmente dos alunos
que dão problemas de indisciplina, crianças precisam de limites em qualquer
idade. Afinal a escola ensina, os pais educam e o mundo está gigantesca escola
da vida, nos dirá que “tipo de filho”, somos capazes de deixar para o nosso
planeta...