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sexta-feira, 17 de junho de 2011

Crianças ou "cri onças"

O telefone toca, e o que parecia convencional deixa de ser... -Alô, pois não... Por segundos repito a mesma frase, o número marcado no celular era o da escola. Saio do meu trabalho, acompanhada pelos devaneios de uma mulher moderna. Deus! Meus filhos... São tão pequenos! Por favor, os proteja! O caminho percorrido revela a figura de uma mãe assoberbada pelo excesso de trabalho, vou à lua e volto com direito de ver Plutão ser destituído de seu belo cargo de planeta. Percebo então que o trânsito, não poupará minhas coronárias. Prestes ao primeiro infarto, respiro fundo e deixo passar... O barulho me distrai e entro na rua da escola, o segundo infarto ameaça, porém o chuto de lado e marco um belo golaço! Ufa! Não foi desta vez! Parada em fila quádrupla, saio do carro e vejo a diretora que portava uma caneta e um livro preto. Colocada ao lado de uma massa de mães que não entendia o que havia acontecido. Aliviada vejo que não era só comigo. Quando a última mãe chega às professoras são chamadas pela diretora, e se apresentam agora com uma longa lista na mão. Como telemarketing da educação elas repetem simultaneamente: - Eles não param sentados, falam o tempo todo, não realizam as atividades, jogam o papel no chão, não obedecem, brigam na sala, não usam as palavrinhas mágicas, não cuidam dos materiais, não atendem os comandos... De olhos esbugalhados, vemos nossas pequenas cri onças serem conduzidas a cada uma de nós, rosnando ironicamente, uma ameaça reagir, mas é contida pela mãe. Neste momento o material escolar é entregue, e não havia o que reconhecer na maçaroca exposta. Foi então que um arsenal de celulares toca ao mesmo tempo, momento em a diretora inicia seu primeiro infarto junto com uma professora afônica, com um semblante catatônico que tenta continuar a lista de produtos realizados por nossas pequenas cri oncinhas... Enquanto as cri mães não paravam de falar e a se contorcer nas cadeiras, olhando insistentemente para o relógio. Após várias tentativas de esclarecer os fatos, a diretora envia um torpedo e termina a reunião. Mas, consciente de que cri onças e cri mães, precisam ficar juntas no cantinho do pensamento assistidas pela Super Nanny, ou seja, Super Onça. Pois a função da escola é “ensinar” e da família “educar”.

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