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sexta-feira, 19 de abril de 2013

A voz, a nova fonte da corrupção...


Quisera eu poder falar deste assunto estapafúrdio, sozinha, sem envolver o grande e maravilhoso Joãozinho.  Mas gostaria mesmo que acompanhada por ele, falar por mim. O assunto é sério, embora esconda nas entrelinhas a verdadeira face deste novo mercado da corrupção!...
O pobre Joãozinho pede a sua mãe uma bicicleta nova para ir com os amigos na Romaria, prometendo a ela que se tornará o melhor aluno da escola caso seja atendido. A pobre mãe cansada, depois de uma jornada estafante de trabalho, responde dentro do habitual.
–Tá louco, onde vou arrumar dinheiro para comprar uma bicicleta, pensa que meu dinheiro é capim...  Triste por não poder ir com os amigos na Romaria,  Joãozinho estica os lençóis no sofá da cozinha sala e quarto e vai dormir. No dia seguinte os amigos perguntam.
– E ai Joãozinho, vai ou não vai? Cabisbaixo ele diz aos amigos que não irá, o capim que a mãe recebeu mal deu para alimentar os filhos.
Na escola, depois de amargar sua frustração o menino é recebido pelo sorriso encantador da bela Professora que descreve com precisão o grande espetáculo da famosa Romaria desejado pelo menino.
– Quem canta seus males espanta, assim, começou ela até levar a primeira saraivada do amigo do João.
– Espanta mesmo professora, a senhora viu, deu um “desarranjo no Paulo e não tinha papel higiênico”. Enquanto o povo cantava com a fortuna gasta para pagar o “canto”, o coitado suou e não se limpou.
– Tá certo, mas vamos falar do montão de gente que se divertiu com o show.
Não demora outra pancada desta vez,  o pobre Joãozinho não aguentou.
– Show deu minha mãe, uma quase mágica professora,  transformou o salário dela em capim, igualzinho os políticos fazem com as verbas públicas.  Com uma única diferença! O que ela ganha mal deu para nos dar comida. Mas o que eles desviam com estes shows.
– É o suficiente para deixar a educação no giz e no cuspi, igual antigamente.
– A saúde sem médicos, ainda bem que somos descendentes dos índios. É só chamar o pajé.
– A segurança sem equipamentos, mas já receberam seus arcos e suas flechas.
– E os filhos deles! Vão bem obrigados, foram para Disney.
– Enquanto o povo aplaudia o famoso Leonardo dando um show superfaturado...
– Desculpa professora um show Irado...

O Ministério da dignidade pública adverte: “A Romaria está para Roma, assim como Roma está para a Romaria ou o povo acorda ou nunca veremos o fim desta patifaria”. Usar as festas tradicionais e populares para desviar “Capim”... Ninguém merece...


quarta-feira, 3 de abril de 2013

Construir juntos, nos leva a real vitória...


             Joãozinho nasceu sozinho, como todos os meninos da cidade.  A mãe sempre o carregou em suas costas, habituado o esperar por tudo, viveu a vida dela, enquanto era poupado de suas próprias mazelas.
 Certo dia sua mãe partiu e deixou o menino sobre seus lençóis, quando acordou percebeu que estava só e por mais que esperasse ou tentasse fingir de nada saber, seu corpo o impulsionava a tomar uma atitude. A fome o tirou da cama como um ciclone arranca uma árvore lhe expondo a raiz. Suas lágrimas molharam seus pés, pois a vida não permite esperar por nada. Joãozinho provou o doce do amor materno e o inferno de viver a solidão sem ele. A saudade revelou um homem inquestionável a ele mesmo, pois não havia uma suave e aquecida costas para montar.
Surpreso com suas próprias verdades, confirmando para si que nascemos sós, mas temos por amor a nós mesmos a obrigação divina e moral de sermos companheiros e fieis aos homens. Independente de amá-los ou não! Visto que um dia todos acordaram sós.
E no grande coletivo chamado vida, todos estão apenas de passagem, e o preço desta longa ou curta viagem é o que fazemos a nós mesmos e aos que estão dentro deste coletivo.
João fechou os olhos e partiu deixando ao mundo uma nobre lição. “Não importa quem deveria ter feito. Faça! Feche os olhos e faça! Que não seja pelo outro, mas por si mesmo”.