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sexta-feira, 29 de junho de 2012

Meninos e a dor interior de suas meninas...


Convencionalmente o médico me falou com orgulho.
- Um lindo menino mãe.
Porém a vida e o tempo me trouxeram aos braços um ser extremamente especial, como um lindo anjo, ele retratava em suas ações o protesto estampado de quem acreditava que a vida vai muito além de ser quem ele realmente é, “apesar do título dado pelo médico, fundamentado em sua constituição física”.
Vinculado às obrigações sociais, exigíamos dele que se reportasse ao mundo como um homem, porém seu corpo envolto a suas vontades e verdades implorava que tudo fosse diferente.
As bonecas da irmã lhe permitia construir fantasias de poder ser o que ele fisicamente não era, enquanto as lágrimas de emoções contidas lavam-lhe a alma a cada provocação passada.
Diferente de tudo, nós tentamos simbolicamente mostrar-lhe o quanto está viagem informal podia lhe fazer muito mal, a sociedade é perversa e preconceituosa, passamos então a proibi-lo de fazer uma série de coisas que achávamos erradas e que sabemos hoje não ser, pois quem determinou a multiplicação da espécie, com toda certeza não nos tirou o direito de sermos o que desejamos ser, e ambas as ações também foram determinadas ao mesmo tempo pelo “Criador”.
Dividida entre as regras impostas pela sociedade e o amor materno, eu sofria a árdua escolha de estar com ele, como ele é e se sentia bem em ser.
Procuramos alguns especialistas, para tentar junto sufocar este ser estranho que acreditávamos habitar o corpo de nosso filho. Mas, ao sermos agraciados por “Deus” com a sabedoria do tempo descobrimos que a alma humana é composta de felicidade e ser feliz independe de nossa condição sexual, ou com quem compartilharemos nossos desejos, e até mesmo se contribuiremos ou não para perpetuação da espécie. Ela se faz em nós e por nós mesmos.
E quando estas informações se acomodaram em mim os laços maternos gritaram em silêncio contra hipocrisia humana, que condiciona um sentimento incondicional o “amor” que é a sublime atitude divina em nós, portanto não podemos esquecer jamais desta simples e profunda frase: “Amai uns aos outros como a ti mesmo”.
Sendo assim, lembre-se quem ama não impõe condições apenas ama.
Então estique seu arco (este esticar da fibra é o tempo e as lições que ensinamos aos nossos filhos) e atire sua flecha (seu filho) se ele atingira o alvo ou não (seu objetivo) a escolha é dele e não sua, porém tudo que fizer faça sempre com primazia e amor.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

6 - Perseu e os lindos olhos de Afrodite...

Após um longo tempo a procura de seus pensamentos e lembranças, Hércules acorda e encontra Efidríades sentada à beira de sua cama, como sua serviçal condenada por Zeus, ela o servirá por todo tempo.
Afrodite é o primeiro nome dito por ele ao recuperar sua memória, não suportava saber que não havia conseguido atender seu pedido, pois Hérmia havia lhe enganado, como deixou a dor de um sentimento traí-lo daquela maneira, ele precisava voltar ao Olímpo e dizer que Perseu e Athena não foram resgatados.
Ouvindo os pensamentos de Hercules, Efidríades diz a ele que todos estão fora da terra do esquecimento, porém Afrodite foi a que mais sofreu na saída daquele lugar, estava cega e seus olhos ficaram com Hérmia. As palavras da Ninfa provocaram a ira e a cólera do semideus que partiu para terra do esquecimento em busca dos olhos daquela que o amou dentro de sua condição divina.
Vasculhando tudo e possuído pelo ódio, ele encontra as Ninfas das águas doces brincando com os lindos olhos de Afrodite, atormentado por tal visão, nada o impediria de arrancar das mãos daquelas malditas e doces criaturas as joias preciosas que veio buscar, os olhos da deusa do amor que embriaga os amantes, enlouquecendo-os de desejos.
 Sem que elas percebam, Hércules com um único golpe de sua espada decepa-lhes as mãos, enquanto gritam desesperadas, ele pega os lindos olhos de sua amada e os coloca dentro de seu coração, precisava devolver-lhe a luz perdida na inveja angustiante de Hérmia.
Longe daquele lugar, os sentimentos de Afrodite espalham-se pelas paredes de sua morada sufocando Efidríades, que passa entender que Zeus era soberano, porém muito cruel em tudo que fazia, sentiu uma angustia imensa ao lembrar-se de Hérmia e o quanto ela devia sofrer por ter protegido o grande amor de sua triste vida.                        Alucinada pela paixão em brasa da divindade, ela suplica a ele que vá embora levando os olhos dela para bem longe, gritando alucinadamente como quem está preste a morrer de amor, Efidríades é a materialização do amor não correspondido.
Os olhos dela deixam Hércules penalizado, mesmo sabendo que ela podia não aguentar, pegou-a em seus braços e partiu para o Olímpo devolvendo-a para Zeus, ele era humano em sua essência.
A dor de Efidríades o fazia odiar os deuses e suas decisões, e é neste instante de desobediência que os olhos de Afrodite atravessam-lhe o coração deixando-o marcado para sempre, expostos aos pés de Zeus, eles reluzem como dois preciosos diamantes e para não deixar-se humano diante do semideus, ele os pega e devolve a filha, que condenada passara a ver eternamente a dor de sua escolha.
Proibidos de ficarem juntos, Afrodite e Hercules estarão separados por todo tempo dos deuses, pois o amor em sua forma real não conseguiu superar a dureza com que Zeus se faz implacável com quem ousam a desobedecê-lo. 
Fora do Olímpo, Efidríades é devolvida ao semideus, pois jamais seria permitido a eles mudar as vontades de Zeus, consumida pela dor que fará parte de toda sua existência terrena, ela terá que acompanhá-lo sem dizer nada, ouvindo seus pensamentos e lembranças de um amor divino que nunca se realizou.
Neste reencontro dos deuses, o amor é tão frágil quanto à vida, porém, os deuses sofrem com suas escolhas enquanto os semideuses continuam sem entender o sublime amor divino... 

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Quando não devemos dizer “Amém”...


Cristo fez oposição a tudo que nos fora imposto, suas palavras mudaram o Mundo e todo que foi estabelecido antes dele.
Sendo assim, a revolução dos meus pensamentos diante do que me é exposta me corrói, construindo em meu interior uma revolta visceral desencadeada pela passividade humana.                  
Sentada em minha cadeira profissional, assisto a covadia com que os políticos insistem em nos colocar, pois acreditam cegamente em nossa falta de cidadania, no que eles não deixam de estar certos.
A bílis me escorrega garganta a baixo, não ouso a vomitá-la, tenho medo do que posso fazer a mim mesma se deixar o fel destes atos nefastos tocarem-me a língua. É amargo demais!
No agora ou nunca optamos pelo nunca, tendo diante de nossos olhos uma foto escandalosa. “Lula e Maluf pousando de amiguinhos a favor de Haddad”.
E não me peçam para ser diplomática!  
Pois pudor político é o que falta para eles. Porém, graças a Deus sobra em mim, tanto que não posso deixar de dizer aos poucos e não importa que sejam poucos, que isto é imoral e engordam os bolsos deles.
 Gostaria, então de dizer aos que se dispuser a ler o que escrevo que acreditar nesta “aberração escalafobética” de cidadãos corruptos e pseudocombatentes da corrupção, de mãos dadas dizendo que acreditam e defendem os bens comuns da nação, visto que a divida destes senhores para com a Nação Brasileira é imensa.   
Lembrando a todos que o Cristo vivo em nós “agoniza” dentro desta passividade imoral que nos impomos, votamos no Zé das couves por que eles decidiram unir-se e acabar com o pouco de oposição que existia.
Portanto é agora ou nunca outra vez, com a força do seu voto diga a todos que tentam nos obrigar a vestir azul com bolinhas cor de rosa, que nós gostamos do verde e do amarelo e não nos faremos submissos às coligações oportunistas que procuram a qualquer preço perpetuar a política do cala boca.
Não somos massa de manobra, posso até entender que a fome e a miséria imediata nos tornem vulnerável a corrupção, mas as migalhas que nos caem da mesa deve ficar claro a você eleitor, não está sendo suficiente, pois os ratos estão subindo e descendo da mesa, para disputar com você o pouco do pouco que deveria lhe ser servido com dignidade.
Não esqueçam, estes ratos foram colocados lá por você, e esta é a sua chance de votar no gato e colocar todos fora.
Então, vote consciente, vote certo, um país onde a política se faz sem oposição a “ditadura é velada”...

quarta-feira, 13 de junho de 2012

5 - Perseu e as relíquias de Athena...


A dualidade de Hérmia demonstrara aos deuses e semideuses que os sentimentos destroem o que pode haver de melhor em cada ser que se submete ou não a ele.
Protegidos no Olimpo os quatro buscam se reestabelecerem dos momentos vividos a mercê das Ninfas, que agora travam uma guerra particular com Hérmia que por se deixar comover-se por Afrodite, libertou todos. 
-Suas ações a colocam como uma mortal e não podemos nos deixar comandar por uma Ninfa que não nos protege.
Efidríades é implacável em suas palavras e ações, pois clama a Zeus que a destrua por ter tomado uma atitude contra os princípios estabelecidos por ele.
Diante de Zeus Hérmia se vê outra vez a disposição de sua ira, seus olhos expressam o pavor do momento vivido, porém ele se lembra do que ela havia dito a Hercules quanto a ter protegido Cupido e para não se fazer fraco diante das Ninfas ele a transforma uma linda flor de lótus.
Com o coração de Athena nas mãos, ele e deixa claro outra vez que jamais será piedoso com quem quer que seja.
Porém, Efidríades devolve a ele sua ira, exigindo que Hercules seja devolvido a ela, pois o amor que ele carregava envenenaram suas lágrimas e por este motivo o amava loucamente e o odiava por fazê-la vítima de tal sentimento.
Zeus olha para Efidríades e a reduz a condição humana, colocando-a próxima a Hercules para que sinta que nada pode matar o que ele sente por Afrodite.
 Athena desperta de sua viagem e vê o pai ao seu lado e um lindo diamante em suas mãos, sem perguntar nada o deixa ali. Athena olha fixamente para seu próprio coração e revive a maior angustia de sua existência humana, o amor de Perseu: que lateja, embrulha o estômago, angustia, deprime e a faz tão frágil, pois a cólera da incompreensão de Perseu retira da alma perdida de Athena um grito esmagador. O sofrimento do amor não entendido obriga Hades a devolver o presente que lhe fora dado em um instante de agonia.
Athena chama Afrodite e clama a divindade que afaste sua alma e seu coração, ela precisa retomar a vida que escolheu guerrear e manter-se imaculada, e isto seria impossível se fosse novamente invadida pela essência de cupido, que em ebulição mantinha vivo o seu coração.
Afrodite toca o rosto da divindade, e suplica a ela que não faça o que ela havia feito, porém se esta era sua escolha lhe ajudaria, sem dar outra chance a Athena, ela levanta sua espada e fragmenta a alma abrindo uma fenda em seu coração que deixa correr as lágrimas do Cupido a qual toma até a última gota.
Livre de seu amor divino, Afrodite pega os pedaços da alma e o coração morto de Athena que com profundas cicatrizes refletem a palavra perdão e o entrega a Perseu. A dor estampada no ar que envolve a divindade mostra a ele, que novamente ela preferiu os seus princípios.
Perseu, agora, saberá o que fazer com as relíquias em suas mãos, pois deveria respeitar as vontades da divindade, com a dor do arrependimento por não saber compreender que todo sentimento descrito a ele era apenas uma junção de: ilusões, desejos imagináveis, calor de abraços e beijos impossíveis, porém acima de tudo sentimentos simplesmente sentimentos.
Ele recompõe a alma despedaçada da divindade e a funde em seu corpo semi-humano, pois não haveria lugar melhor para guardar o amor recusado pela divindade que amou loucamente um semideus e verteu por ele a última lágrima do mais sublime amor não realizado, que já se ouviu falar...
E novamente neste encontro entre as divindades, os sentimentos matam os amores impossíveis dos deuses, enquanto os semideuses vivem a incompreensão de não saber viver e sentir o amor.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Por que mudamos?

 Sou de um tempo em que se falava com o olhar  as inúmeras coisas que se perderam e nos fizeram mudar, porém, não afirmo ser de tudo, uma mudança nociva, pois a forma rude com que éramos tratados, por muitas vezes projetou-me a ignorância do resmungar contra minha mãe.
Só que hoje me invade as lembranças: o respeito aos mais velhos, nas conversas dos adultos as crianças não se metem, nossos professores não tão joviais eram implacáveis e nos reprovavam por muito pouco, o desconhecido mundo sexual nos retardava a menarca e o primeiro beijo, falávamos ontem de sonhos impossíveis que hoje são vistos como superfulos, trajávamos com sacrifício as grifes do atual mundo Made in China.
Mas por que mudamos?
Ao invés de sermos capazes de reformular os pontos nocivos de uma época que deve avançar sim, mas sem perder a premissa do respeito ao que falamos antes.
E o que nos fez? Não conseguimos atingir o século XXI, amparados por valores primordiais a vivência humana?  Visto que passamos a acreditar que a internet é a salvação do planeta, assim como a única fonte de conhecimento, pois neste mundo virtual tudo pode acontecer ao simples toque de um botão, onde centenas de fatos se acumulam e se distribuem sem o menor critério.
Amarrados aos vícios escalafobéticos da sociedade atual, somos virtualmente: bons monstros sem faces que sentem prazer onde não há prazer, “nossas crianças”, como ave de rapina, os vídeos de corpos multilados nos reviram o estômago mais bate recorde de acesso, nossos filhos passam horas nos jogos de GTA que afazem apologia ao crime, o bandido é muito mais dinâmico.
Mas por que mudamos?
Mesmo sabendo que o tempo nos dirá com toda certeza que “apesar de termos feito tudo que fizemos, nós seremos e faremos como os nossos pais”. Que não tinham medo de dizer não, eles não precisavam do sim da permissividade vendida nas lojinhas do maldito R$ 1,99, que distribuem os pacotes da falta de limites e que nos transformou em uma sacola gigantesca que é recepcionada pela famigerada pergunta: O que você trouxe? “Boa noite” não existe mais!
Durante os anos que virão e se projetarão pelas telas de LCD, os homens e mulheres serão a suposta versão do filme Matrix Evolution, pois estaremos sentados no mesmo espaço com os tablets nas mãos virtualizando o carinho que fazemos questão de postar no facebook, enquanto ainda nos esbarramos na sala ou na saída do banheiro social.
Dentro desta realidade por que ainda não mudamos?

domingo, 10 de junho de 2012

Namorados e Sentimentos...


Nada seria mais simples do que dizer olá, se não estivéssemos envolvidos no frio mágico de junho, onde a procura de alguém especial se faz importante à sobrevivência da espécie.
Amar e ser amado nos funde em um caminho que pode começar com a troca de olhar e se expandir para magnitude de um longo e expressivo beijo.
Milhares de segredos são revelados a cada segundo que nos convencemos que estar juntos é primordial. Será porque a solidão devora o coração de quem se fizer só neste dia reservado?
Obrigados pela comercialização do sentimento, o “amor e a paixão” se pronunciam em cadeia nacional e tudo que podemos fazer é escolher enquanto somos escolhidos.
Rapidamente tudo que se faça presente em todos os dias que estivemos ausentes na vida de alguém será renegado a nós por nós mesmos, já fomos infectados. Estamos à procura de um namorado
Agora produziremos os aromas masculinos e femininos em larga escala, pois o verbo eu preciso estar ou ficar com alguém ativou as células do consumismo exacerbado.
Diria então ao grande mercador de sonhos que a oferta se faz maior que a procura, porém a lembrança deste dia é muito especial e as estrelas brilharão como fogos de artifício nas belas moedas de ouro.
Outra vez nos faremos presentes onde quer que exista a possibilidade de trocarmos o valor real imposto, fingindo não saber que os sentimentos acontecem independentes do dia.
Sobrevivendo aos desejos ditos de estar com ou sem lugar certo para ficar, que se pronuncia na subjetividade de quem quiser comemorar junto ou separado o desejo de ser infinitamente amado.

Entre mortos e feridos o presente já foi reservado e a caça já se oficializou.

Seremos execrados pelos contraventores do amor que fragilizados apelam ao Cupido à necessidade de fazer horas extras, pois as vendas precisam ser reforçadas.
Enquanto apelamos à humanidade que os sentimentos se fazem especial em sua constância pelo absoluto prazer de estar sempre juntos dizendo eu te amo.
Não há como mudar o devaneio destes militantes secretos que expandem seus pensamentos produzindo um turbilhão de frases melosas que gritam silenciosamente a necessidade de se ter alguém.
Todavia nesta estrada árdua de mão dupla o viver junto se simplifica por ser apenas um dia especial reservado a quem quiser ser meu ou seu namorado.
Impedidos de nos revelarmos, nós fazemos das plumas e paetês os adornos de não sermos quem realmente somos afinal, é dia dos namorados.
Merecidamente nós acordamos envolvidos pelo aroma do perfume com alguns quilos a mais, a felicidade de estar junto deve ser comemorada, mesmo que o nome nos fuja a cabeça.
Esperamos por tudo isto doze meses do ano, embora tenhamos dividido algumas batalhas juntos, mas o primordial de tudo está aqui neste coletivo sentimento de dizer: Eu tenho namorado!
Não gostaria de atravessar as barreiras do tempo e projetar na memória que presentear é muito mais que participar desta compulsão coletiva criada não sabe por quem, com o objetivo concreto de dizer amem.
Tendo em vista que mesmo diante da necessidade de sobreviermos, não podemos nos entregar ao frenesi coletivo do verbo amar que não é comprar, lembre-se, amar é muito mais do que estar e ficar.
Outrora não diria nada, apenas fecharia os olhos e pularia de emoção com a caixa de chocolate nas mãos.
Só que a alma me faz infinitamente calejada de ver a morte do amor na manhã seguinte a qual a ele não se fez reservada...

Amar é saborear cada grão de sal que a vida nos reservou, pois o doce sabor do amor nos manterá sempre juntos, onde todo dia, é dia dos namorados... 

4 - Perseu e a ira de Zeus...


Com os filhos perdidos em sua armadilha, Zeus condena Afrodite a pagar por sua intriga banindo-a do Olimpo.
Na terra entre os mortais ela procura ajuda de Hercules, que atormentado pelo Cupido, em um dia esquecido por todos, viveu o que Athena e Perseu estão vivendo, porém a responsável por sua dor estava ali diante de seus olhos pedindo clemência e compaixão do que havia feito.
As lágrimas da deusa que um dia lhe enganou, dando-lhe a essência do amor, o machucam, sua vontade de ir embora e deixá-la sozinha enfrentando suas escolhas não se faziam tão forte, pois quando ele olhava em seus olhos e via a fragilidade de um ser que optou por viver entre os imortais, a dividir com ele o amor, o prendia a ela.
Hercules aceita ajudá-la mais impõe uma condição. Como Afrodite não têm condições de negociar  aceita tudo que é imposto, durante a era dos deuses você ficará presa na terra ao meu lado, as lágrimas de Afrodite perfuram o chão atingindo Hades na cabeça que brada de ódio maldizendo a dor daquela que lhe perturba o sono. Expelido por um vulcão, ele pergunta a Hercules o que estava acontecendo.
Como senhor de Afrodite ordena que ela dê a notícia ao dono do inferno, que não esconde o prazer de ver os filhos de Zeus se perdendo, porém ele não sabe que Hercules libertará Perseu e Atena.
Na terra do esquecimento Hercules como mortal não pode ser manipulado pelas Ninfas que fingem ter escondido o coração e a alma de Athena.
Ele sabe que não adiantará encontra os dois antes de achar o que Perseu ira sempre buscar e isto aumentará à ira de Zeus, fazendo com que Afrodite pague junto com os outros as dores de Perseu.
Vasculhando cada centímetro daquele lugar, ele encontra Hérmia a deusa das Ninfas que o proíbe de continuar sua busca, o reflexo do coração de Athena em seu pescoço cega-lhe por segundos. Hérmia era toda dualidade do lugar, pois Zeus a puniu assim, ela viveria lembrando e esquecendo os momentos maravilhosos que teve ao lado do deus do amor. O amor viveria dentro dela as suas duas faces.
Quando Hera descobriu a traição de Hérmia foi implacável, sabia que ela havia tomado às lágrimas do cupido, pois pegou a moça invadindo e sendo invadida pelo olhar característico dos amantes. Obrigando Zeus puni-la, ele não ousaria deixar de fazer o que lhe ordenava Hera, com a Ninfa a sua frente mesmo pedindo perdão, ele criou a natureza terrena e colocou-a como responsável. Mas, Hera impiedosamente lhe da à dualidade como presente, haveria de viver esquecendo e lembrando-se do amor que viveu.
Hercules pede o coração de Athena que está em seu pescoço e pergunta onde está à alma da deusa. Hérmia diz a Hercules que o diamante que trás no peito lhe fora dado por Perseu, e a última lágrima derramada por Athena foi quem escolheu o lugar onde ele ficaria, portanto não poderia devolvê-lo, era a vontade da Deusa e não se jogaria outra vez nas mãos de Zeus, a ira dele era árdua demais. Quanto a sua alma, estava cravada nos olhos de Hades que também fora presenteado por ela que preferiu viver seus princípios a se entregar ao amor de Perseu.
-Saia e leve ambos, mas diga a Zeus, que se um deles colocar os pés novamente neste lugar, eu devolverei aos meus algozes a dor que carrego comigo.
-Hercules, a essência de Cupido me fora dada por ele, eu o protegi, pois lembrar os momentos vividos era melhor do que não ter nada. Não maltrate Afrodite, as palavras da Ninfa o angustiam, devolvendo a ele a condição de semideus, que passa a sofrer os efeitos da terra do esquecimento. Jogado no leito do rio, Hercules é manipulado por Efidríades que lava sua memória em suas lágrimas doces.
A demora de Hercules leva Afrodite à terra do esquecimento e a primeira Ninfa que encontra é Efidríades, que exibe o amor de Hercules por ela, fazendo-a esquecer de tudo alguns segundos depois. Brincando com as almas perdidas, as Ninfas devoram aos poucos as lembranças dos sentimentos proibidos. Afrodite sabe que se ficarem ali por mais tempo, quando voltarem não haverá nada em suas memórias. Sendo assim, ela pede para falar com Hérmia que atende seu pedido.
-Eu estou aqui em nome do amor, devolva as lembranças de Athena para que ela possa perdoar Perseu, tire-nos deste lugar e lhe dou minhas memórias e meu coração apaixonado, lembre-se, meu amor é divino, nunca tomei a essência do Cupido.
Hérmia sabia o que aquela oferta valia, porém os olhos de Afrodite eram doces demais, foi então que resolveu fazer uma barganha com a deusa. Ela arrancou os olhos de Afrodite e jogou ela e os que estavam presos pelas Ninfas no Olimpo.
Neste novo encontro das divindades, o amor manipula os deuses e os semideuses continuam temendo o que não conhecem.

terça-feira, 5 de junho de 2012

3 - Perseu e a recusa dos deuses...


Quando a divindade parte, Perseu fica com o pedido de perdão repetido por ela, ecoando em seu ouvido e atormentando suas lembranças.
Athena tornara-se fria e insensível por sua culpa, ele era mais um a não entender o sentimento humano que a fez tão frágil.
A essência do Cupido lhe foi concedida em um momento muito difícil,  Perseu lhe invade os sonhos, deixando em suas lembranças os desejos da mortalidade, e foi está invasão que passou a ferir a divindade em seu bem maior “suas verdades”. O que enxergava com os olhos de Perseu, lhe cousou uma inveja incontrolável.
Combatida por todos os deuses a inveja surgiu quando Hades obriga Zeus a dividir seus reinos, e as lembranças deste conflito desolador passou a ser companheira de Athena que desafiada por Ares um sagas guerreiro, não deixa ela perceber que tudo não passava de uma cilada do amor não correspondido. Enquanto tomava as lágrimas do Cupido,sentindo os desafios do amor humano de Perseu o último viajante de seus sonhos, ele a denunciou para Zeus, pois não lhe perdoou, por ter recusado seu amor.
Ares, senhor das guerras, alimentando-se da ira prova um sentimento que o coloca diante dos mortais como igual, refletindo em sua existência o que o tornava humano: as dores intensas, os amores avassaladores, viris e absolutos, onde homens e mulheres se desejam insanamente devorados pela paixão do prazer de estarem juntos.
Afrodite perturbada por tudo que vê não consegue acreditar que Athena diante de tanta sabedoria, deixava a imagem profana de um simples semideus lhe ferir a alma.
Perseu implora a Afrodite que convença Athena a acompanhá-lo na busca do seu coração e alma, precisava libertar-se, tinha sido mal compreendido. Ele nunca faria aquilo se soubesse que ela estava sob o efeito das lágrimas do Cupido, pois o amor fora duro demais em sua vida e sabia de sua culpa e não queria vê-la dentro da solidão que o acompanhava. Perseu repetiu a ela só o que sentia; para ele a paixão dela era um sentimento simples que passou.
Afrodite compreende sua angustia, mas conhece Athena, ela não o ajudará. A liberdade que vivia do sentimento humano era preciosa demais para nova vida que escolheu o sabor das inúmeras batalhas vencidas por ela, e mesmo ver nos olhos de Perseu a dor do arrependimento lhe enchia o vazio deixado por sua alma. Afrodite nega o pedido de Perseu e pede que ele desista. Vá embora e não volte mais ao Olimpo.
Mesmo Afrodite mostrando a dureza de Athena, ele volta para terra do esquecimento e novamente as Ninfas o faz lembrar e esquecer o quanto foi sublime o sentimento de Athena por ele, e a lágrima que cai dos olhos dela, ferindo-lhe o rosto, o deixa muito triste, pois nunca esperou por uma atitude tão forte.
Zeus proibido de interferir na decisão de Perseu sofre a dor de vê-lo ali nas mãos de sua própria armadilha, enquanto Atena acompanha pelas janelas do tempo o sofrimento de pai e filho, absolutamente indiferente.
Hera com sua implacável dureza não perdoa a traição de Zeus, sendo assim, ela não se afasta dele por um só segundo, pois odiava a mãe de Perseu, ela fora possuída por Zeus e o pior de tudo, deixou.
Sua filha era diferente, nunca permitiria que um simples semideus a tocasse. Os pensamentos de Hera perturbam Athena que revoltasse com tanto ódio, sua indiferença era fruto de suas escolhas e não ia permitir ser manipulada.
No templo de Ares, Athena se faz humilde e pede ajuda para resgatar Perseu, ela estava impedida de interferir na decisão dele e não poderia voltar na terra do esquecimento, já estivera lá, e as Ninfas só permitem uma única visita os deuses conforme o acordo feito com Zeus.
Diante de sua fragilidade, ele propõe a ela seu amor e com toda certeza o trará de volta. Athena olha em seus olhos e lhe profere uma única palavra. Nunca!
Seu ódio transforma sua face e sem pensar novamente entra na terra do esquecimento, colocando-se a disposição das Ninfas que afastará no tempo dos deuses Perseu e Atena.
Neste encontro das divindades, as armadilhas prendem os deuses as suas vontades e os semideuses procuram explicação para o que não compreendem.

2 - A dor de Perseu presa em sua procura...


Perdido na terra do esquecimento, Perseu procura desesperadamente pelo coração de Athena, pois quando Ares lhe entregou a encomenda de Afrodite cada pedaço da alma de Athena lhe feriu amargamente.
Perseu pegou a dor do arrependimento e colou a alma da divindade ao ver a fenda criada por suas ações, sentiu o pedido silencioso de perdão perturbar-lhe as vísceras colericamente. Era belo demais o que ela sentiu por ele e a dualidade do amor proibido, dela, quase o enlouqueceu.
Olhando o vazio de sua alma, sentiu falta de seu coração, voltou no tempo, e lembrou-se da última lágrima derramada por ela antes de vê-lo partir.
Na terra do esquecimento, percebe que seus pensamentos não conseguem enganar as vontades e verdades de seus sentimentos ele havia mentindo. O doce de suas lágrimas jamais poderia ser criado por ele. A essência do Cupido, mesmo sendo ele um semideus, jamais fora dada a ele, então não tinha como saber o que ela sentia. Ele nunca havia amado.
Por um longo tempo, Perseu lembrou e esqueceu o que estava fazendo ali.  Sem saber que este era o desafio imposto aos visitantes que se atreviam cruzar as fronteiras daquele lugar criado por Zeus para punir as Ninfas que enganaram Cupido.
A imagem de Athena, olhando seu reflexo encantada, mostrou gentilmente a Perseu que o amor dela era sublime, pois se transformava dentro dela em cada segundo que viveu ao seu lado.
Zeus, compadecido com o desespero de seu filho abre as portas do tempo revelando a Athena o que as Ninfas do esquecimento estão fazendo com os pensamentos de Perseu.
Sem coração e alma ela não consegue lembrar os motivos de tal visão e se faz indiferente aos pedidos de Zeus.
Afrodite diverte-se com angustia de Zeus que não pode fazer nada, pois como punir a Deusa que deixou os sentimentos dizer-lhe o que fazer, mesmo platônico o amor não devia ser vivido por ela.
Olhando as portas do tempo, Afrodite se esquece de fechar as janelas de seu templo e Zeus descobre que foi ela a responsável por Perseu ir procurar o coração de Atena.
Irado com a atitude leviana da deusa, ele a obriga partir em busca de Perseu, porém, ela sabe que se cair na terra do esquecimento ficara por lá.
Desesperada, conta o que aconteceu a Ares que se faz alheio a sua dor, o que já era de se esperar. Sem conseguir nada com a divindade, ela chama Athena e pede ajuda para resgatar um grande amigo na terra do esquecimento, como uma grande Guerreira não se recusa, este passou a ser o motivo de sua existência depois de ter se purificado.
Durante algum tempo, Athena e Perseu lembram e esquecem o porquê estavam juntos naquele lugar, enquanto as Ninfas brincam com as duas almas perdidas.
Durante suas lembranças, Athena vê o rosto suave de Perseu balançando em seu colo e consegue tocar-lhe por um breve segundo, antes de esquecê-lo novamente, era tudo que uma guerreira precisava. Segurando o fio de sua existência ela parte pela fenda aberta em sua alma.
Seguros em seu templo, Athena chama Afrodite, entrega o amigo e o pedido foi atendido. Quando Afrodite percebe que ela não se lembra dos momentos vividos com Perseu, deixa suas lágrimas caírem sobre o rosto de Perseu que acorda e é profundamente agressivo com Athena.
Indiferente a suas palavras ela sorri, era uma guerreira. Não ia perder tempo com um mortal, só fora buscá-lo por respeito aos seus princípios, o bom combate.
Neste momento Athena vira-se e um pedaço de sua alma cai de suas vestes e ofuscam os olhos de Perseu a palavra “Perdão” que entra em seu peito como uma lança...
Afrodite novamente sem entender procura explicação para tanta dureza nos olhos do semideus, e não consegue descobrir nada, Perseu fechou as janelas de sua alma.
Nas portas do templo de Athena, antes de sair, Perseu chama a divindade e lhe propõe de juntos buscarem na terra do esquecimento o coração... Antes que concluísse o pedido, Athena sorri e pede a Perseu que desista, pois ele nunca achara seu coração ou sua alma...
 Athena olha para Perseu e sai para outro bom combate... Antes  que neblina cobrisse seu rosto ela grita: “Perdão”! Ele está morto, o diamante no pescoço da Ninfa... Lembra!
 Neste novo encontro das divindades as palavras confundem os sentimentos e Perseu continua temendo o desconhecido...

1 - Perseu e os princípios de Athena...


Perseu acordou cedo, parado em frente do espelho criou uma janela no tempo, onde mergulhando em sua própria imagem é levado até o templo de Athena castigada por Zeus ao descobrir que havia provado a essência de Cupido permitida apenas mortais. Obrigada por Zeus, ela tem que purificar-se.
Mergulhada em suas lágrimas, arranca de si a dor de ter que abandonar os sentimentos humanos, pois como manipuladores de todas as ações, eles não podiam fazer parte do seu viver divino.
Como a sabedoria de Athena era importante para os Deuses, eles concedem a ela, antes do fim de sua purificação, um último momento.
Encantada com o reflexo da imagem de Perseu repousando em seu colo, balançando suavemente nos movimentos das ondas criadas pela brisa, Atena fica divida e perde a razão, experimenta a paixão de estar viva.
Durante algumas semanas ficam juntos descobrindo-se, Perseu revela a ela, que como mortal, seria o responsável por trocar o “sal” que amargava seus pensamentos, afinal, ela não podia se deixar levar por sentimentos humanos. Era filha da cabeça armada de Zeus.
Agradecida por tamanha gentileza e por jamais ser capaz de ferir seus princípios o “corpo imaculado”, deu lhe o único bem que estava ao seu alcance e que a divindade lhe proibia, o coração cheio de “amor”. Sem pensar no que causaria ao seu corpo sagrado, Athena crava a mão no peito e arranca o coração, pois acreditava que Perseu sabia o que fazer, livrando-a para sempre do desejo humano. Pulsando e envolto pelo melhor sentimento que já viveu, mesmo sabendo não ser permitida, ela provou! E saberia ali em sua atitude o que significaria a reprovação de Zeus...
Perseu, indignado com atitude desesperada da divindade olhou a com reprovação e proferiu palavras rudes e agressivas.
Isto era só uma paixão que passou!
Suas palavras ocultaram o passado de Athena que julgada por ele não teve como se defender, seu coração foi jogado por Perseu na terra do esquecimento. Ao sair, deixou que o vento resfriasse sua alma, impondo a ela o fim das lembranças do amor que lhe fez tão bem.
Athena abre seus olhos e não consegue ver Perseu que atravessou a janela do tempo criada ao mergulhar em sua imagem. A fenda que causou na alma de Athena ficaria ali, vista por todos menos por ela.
Perseu tirou de Athena o que não lhe pertencia, afina, era dela a decisão de ficar ou não com seus sentimentos. E foi o amargo gosto que ficou em seus lábios que transformou em Guerreira e nem Ares lhe fazia páreo...
Afrodite sem entender o gesto pérfido de Perseu que não percebeu que Athena gentilmente lhe agradecia o sabor suave que lhe tocou os lábios, suas lágrimas doces, pois estava livre do sentimento que lhe colocou dentro da condição humana o “amor”´, porém sua tristeza por ter ferido o único ser gentil que sua pouca existência humana conheceu, atravessam as portas do tempo expondo sua angustia aos Deuses.
Afrodite magoada com os atos de Perseu fragmenta a alma de Athena escrevendo em cada pedaço “Perdão”, e manda entregar a Perseu. Ares leva à encomenda satisfeito à vida começava a virar o jogo.
... Neste breve encontro de divindades, as palavras falam por si só. Perseu nunca entendeu o omar divino e humano, pois temia o que não sabia.