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quarta-feira, 29 de junho de 2011
Barco de Papel...
Analisem comigo, você consegue imaginar o que seria de um simples e delicado barco de papel a deriva em alto mar? Pois bem, despedaçado e flutuando por todos os lados... Agora devemos nos reportar ao sistema educacional brasileiro, que a deriva assemelha-se aos pedaços de papel no mar. Um problema para pegar, porém, possível de resolver.
Considerada como uma das secretarias que mais recebem recursos a educação perdeu o leme do barco, mesmo sendo ela responsável pelo progresso da nação.
Confusa por dicotômicos discursos, carrega consigo o enfadonho ranque de prestar um péssimo serviço a comunidade, mesmo que a mídia diga que os investimentos elevaram o IDEB(Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), porém, os índices deste instrumento regulador reforçam que as instituições particulares estão sempre à frente. Por que mesmo? Será por que eles não utilizam o sistema de Progressão Continuada e o número de alunos em sala é inferior ao da escola pública? Ou por que a valorização de seus profissionais se expressa no “Fundo de Garantia”, enquanto saímos do sistema público com uma mão na frente e outros atrás, garantidos por uma estabilidade “escravagista”?
Mas onde está a verdade destes relatos? Por que negar ao país que nossos profissionais estão doentes? Fato este comprovado pelo grande número de afastamentos em suas inúmeras razões.
Sobrecarregados e vítima de uma demanda exaustiva de trabalho que está atrelada a um número elevado de alunos por sala, perdem o gosto pela profissão.
Não me atentarei ao fracasso dos recursos destinados a folha de pagamento e valorização dos profissionais, visto ser este um dos grandes entraves “indiscutíveis” por nossos governantes. Que não abrem mão de seus belos salários e mordomias.
Novamente lhes pergunto? Aonde chegaremos discutindo assuntos como: reformas da grade curricular, tirando e colocando velhas e novas disciplinas, educação integral, obrigatoriedade do ensino aos quatro anos de idade, progressão continuada por ciclo sem ciclo...
Ou navegando em um emaranhado de inutilidades, que não visam nada mais a não ser desviar os olhos do povo e dos profissionais da educação ao grande cerne da questão. Uma reforma precisa e efetiva da educação, que se iniciam com salários dignos, escolas apropriadas para sua real função à “transmissão do conhecimento”, parcerias com o sistema único de saúde e seus profissionais, pois é a eles que compete o atendimento das mazelas sociais “psicólogos, fonoaudiólogos, assistentes sociais”...
Estamos visualizando e supostamente diagnosticando nossos alunos, que gritam socorro em uma rebeldia disfarçada e descontrolada, que recebe o nome do modismo atual “hiperatividade”.
Afinal são eles, parte de uma comunidade desinformada que atendida pelas unidades escolares, discutem com os responsáveis por ela, tentando absurdamente ter razão onde a própria razão desconhece. É comum os pais culpar a escola e o Estatuto da Criança e do Adolescente a falta de limites dos filhos, pois se vêem proibidos de corrigi-los.
Confusos, acreditam que educar é espancar, como se pancada fosse à salvação do mundo transformada em suas épocas históricas, sendo assim, se omitem dizendo não saber o que fazer. Perdidos em uma relação onde quem é o adulto, “não fica claro”.
Não podemos continuar viajando nesta Nau que atracou no Brasil em 1500 e deste então não conseguimos fazer nada pela educação, neste país descoberto ou invadido e que perpetua os mesmos problemas, quinhentos e onze anos depois.
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