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quarta-feira, 29 de junho de 2011

Celular, um vício ao alcance de todos...

Seria Alexander Graham Bell, a genialidade humana das comunicações de massa ou um grande inquisidor? Seguido por um lunático que desapercebido viciou o mundo a um aparelho. Recebemos em média por dia, cerca de 40 ligações, destacada pela grande intromissão da notável pergunta: - Onde você está? Ou do transtorno escalafobético de prevaricações de amigos, que mais parecem inimigos e que te ligam em plena curva do retorno imperdível da marginal Tiete... Assassino! Já sei o que muitos dirão: - basta não atender. Mas como conter o vício da musiqueta do gás ou do cantor predileto reservada ao gato do final de semana. Sem contar o ativador da memória catastrófica que envolve todo ser humano em seu bendito “será”. E até termos este incontestável aparelhinho em mãos nos contorcemos no volante matando: o pai, a mãe, os filhos, os primos, os tios, as tias, os avós... Chega o último sobrevivente da família disse: Alô! Enquanto uma voz de vendedora de sexi shopping, recita seu nome e lhe contempla com uma assinatura do jornal ou de uma revista inútil de culinária... Droga! O guarda me multou. Outra hora inicia-se com a conspiração destes dois gênios, ativamos então a “parte esquerda do cérebro” e despejamos um caminhão de palavrões a ligação continua te oferecendo as mil maravilhas do mundo que serão entregues gratuitamente, acompanhadas a bela multa que levou ao dirigir falando no celular. Opa! Falando não, ouvindo, pois até meu CPF ela sabia. E não pense que terminou, ainda temos a famigerada perguntinha: Quem “tá” falando? Sendo assim o Ministério das Comunicações e da Educação advertem: celular, iphone e ipod não pode ser utilizado em reuniões ou ao dirigir...

Barco de Papel...

Analisem comigo, você consegue imaginar o que seria de um simples e delicado barco de papel a deriva em alto mar? Pois bem, despedaçado e flutuando por todos os lados... Agora devemos nos reportar ao sistema educacional brasileiro, que a deriva assemelha-se aos pedaços de papel no mar. Um problema para pegar, porém, possível de resolver. Considerada como uma das secretarias que mais recebem recursos a educação perdeu o leme do barco, mesmo sendo ela responsável pelo progresso da nação. Confusa por dicotômicos discursos, carrega consigo o enfadonho ranque de prestar um péssimo serviço a comunidade, mesmo que a mídia diga que os investimentos elevaram o IDEB(Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), porém, os índices deste instrumento regulador reforçam que as instituições particulares estão sempre à frente. Por que mesmo? Será por que eles não utilizam o sistema de Progressão Continuada e o número de alunos em sala é inferior ao da escola pública? Ou por que a valorização de seus profissionais se expressa no “Fundo de Garantia”, enquanto saímos do sistema público com uma mão na frente e outros atrás, garantidos por uma estabilidade “escravagista”? Mas onde está a verdade destes relatos? Por que negar ao país que nossos profissionais estão doentes? Fato este comprovado pelo grande número de afastamentos em suas inúmeras razões. Sobrecarregados e vítima de uma demanda exaustiva de trabalho que está atrelada a um número elevado de alunos por sala, perdem o gosto pela profissão. Não me atentarei ao fracasso dos recursos destinados a folha de pagamento e valorização dos profissionais, visto ser este um dos grandes entraves “indiscutíveis” por nossos governantes. Que não abrem mão de seus belos salários e mordomias. Novamente lhes pergunto? Aonde chegaremos discutindo assuntos como: reformas da grade curricular, tirando e colocando velhas e novas disciplinas, educação integral, obrigatoriedade do ensino aos quatro anos de idade, progressão continuada por ciclo sem ciclo... Ou navegando em um emaranhado de inutilidades, que não visam nada mais a não ser desviar os olhos do povo e dos profissionais da educação ao grande cerne da questão. Uma reforma precisa e efetiva da educação, que se iniciam com salários dignos, escolas apropriadas para sua real função à “transmissão do conhecimento”, parcerias com o sistema único de saúde e seus profissionais, pois é a eles que compete o atendimento das mazelas sociais “psicólogos, fonoaudiólogos, assistentes sociais”... Estamos visualizando e supostamente diagnosticando nossos alunos, que gritam socorro em uma rebeldia disfarçada e descontrolada, que recebe o nome do modismo atual “hiperatividade”. Afinal são eles, parte de uma comunidade desinformada que atendida pelas unidades escolares, discutem com os responsáveis por ela, tentando absurdamente ter razão onde a própria razão desconhece. É comum os pais culpar a escola e o Estatuto da Criança e do Adolescente a falta de limites dos filhos, pois se vêem proibidos de corrigi-los. Confusos, acreditam que educar é espancar, como se pancada fosse à salvação do mundo transformada em suas épocas históricas, sendo assim, se omitem dizendo não saber o que fazer. Perdidos em uma relação onde quem é o adulto, “não fica claro”. Não podemos continuar viajando nesta Nau que atracou no Brasil em 1500 e deste então não conseguimos fazer nada pela educação, neste país descoberto ou invadido e que perpetua os mesmos problemas, quinhentos e onze anos depois.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Crianças ou "cri onças"

O telefone toca, e o que parecia convencional deixa de ser... -Alô, pois não... Por segundos repito a mesma frase, o número marcado no celular era o da escola. Saio do meu trabalho, acompanhada pelos devaneios de uma mulher moderna. Deus! Meus filhos... São tão pequenos! Por favor, os proteja! O caminho percorrido revela a figura de uma mãe assoberbada pelo excesso de trabalho, vou à lua e volto com direito de ver Plutão ser destituído de seu belo cargo de planeta. Percebo então que o trânsito, não poupará minhas coronárias. Prestes ao primeiro infarto, respiro fundo e deixo passar... O barulho me distrai e entro na rua da escola, o segundo infarto ameaça, porém o chuto de lado e marco um belo golaço! Ufa! Não foi desta vez! Parada em fila quádrupla, saio do carro e vejo a diretora que portava uma caneta e um livro preto. Colocada ao lado de uma massa de mães que não entendia o que havia acontecido. Aliviada vejo que não era só comigo. Quando a última mãe chega às professoras são chamadas pela diretora, e se apresentam agora com uma longa lista na mão. Como telemarketing da educação elas repetem simultaneamente: - Eles não param sentados, falam o tempo todo, não realizam as atividades, jogam o papel no chão, não obedecem, brigam na sala, não usam as palavrinhas mágicas, não cuidam dos materiais, não atendem os comandos... De olhos esbugalhados, vemos nossas pequenas cri onças serem conduzidas a cada uma de nós, rosnando ironicamente, uma ameaça reagir, mas é contida pela mãe. Neste momento o material escolar é entregue, e não havia o que reconhecer na maçaroca exposta. Foi então que um arsenal de celulares toca ao mesmo tempo, momento em a diretora inicia seu primeiro infarto junto com uma professora afônica, com um semblante catatônico que tenta continuar a lista de produtos realizados por nossas pequenas cri oncinhas... Enquanto as cri mães não paravam de falar e a se contorcer nas cadeiras, olhando insistentemente para o relógio. Após várias tentativas de esclarecer os fatos, a diretora envia um torpedo e termina a reunião. Mas, consciente de que cri onças e cri mães, precisam ficar juntas no cantinho do pensamento assistidas pela Super Nanny, ou seja, Super Onça. Pois a função da escola é “ensinar” e da família “educar”.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

O stress da porta giratória

Acreditava, eu que os seres irracionais fossem aqueles que não conseguiam se comunicar utilizando os códigos lingüísticos. Meu dia amanheceu e eu não conseguia me comunicar com ninguém... Estava com a doença dos tempos modernos há mil por hora, o stress sai pelos meus poros e têm cheiro de irritação... Olhava o mundo a minha volta e imaginava as grandes orelhas do planeta arrancadas por minhas próprias mandíbulas. Uivava pelos corredores como um bicho extinto, pois meu stress derrubou-me da minha condição humana. -Que droga! A louca persecutória da porta giratória do banco resolveu me fazer de suspeita. -Tem chave, sombrinha, porta-moeda, celular, chaveiro do carro? O Guarda me interpelava como um camelô, da Rua 25 de Março. E a maldita ainda me via como suspeita. Com a bolsa arreganhada e quase sem nada a declarar... Observo o porta-treco daquela sabotadora, e me pego a pensar: Por que as mulheres querem tantas coisas dentro de uma bolsa? Perfume, batom, carteira, guarda-roupa, mamadeira, penteadeira... -Nossa! Minha casa sem o jardim... Depois de um breve bate-boca com o camelô de fardas, lá estou eu prostrada em uma gigantesca fila de dois. A senhora a minha frente cansada, reclama do mundo, minha grande concorrente, afinal os caninos dela eram maiores que os meus. Horas depois do suplício a reencarnação da Barbie me cumprimenta, em seguida me dá a grande notícia: - Seu dinheiro ainda não está disponível, seu stress com nosso camelô de farda e a porta giratória, não adiantou nada... -Obrigada... Próximo. Como uma moribunda prestes a morrer de stress expresso meu último ato humano... -Chama o Gerente...!

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Os filhos da sociedade convencional... Abandonados e calados pelo preconceito.

Mãe, eu sou homossexual, uma frase simples rompe os laços de um amor incondicional que atravessaria a eternidade. Como um punhal afiado estas palavras atravessam corações. Sem preconceito algum, afinal, é assim que a sociedade vem se posicionando durante milhares de anos, visto que situações como esta só ocorrem na casa vizinho. Arrebatados pela violência dos fatos ditos e sem que nada mais os identifiquem, o amor quebrado leva pais e filhos a uma violência irracional. Expulsos de seus lares ou sem opção, estes jovens agora “marginalizados” se refugiam em guetos, moradias clandestinas, instituições e de favor na casa de amigos... A mercê de sua própria sorte e sacrificados pela hipocrisia da convencionalidade humana, que é incapaz de se fazer verdadeira em suas atitudes, pois a mesma se camufla em padrões de valores éticos e morais, incapazes de justificar a insanidade acometida contra seus cidadãos. Diante deste triste fato, precisamos refletir nos tornando o que realmente devemos ser: “humanos e humanizados”, diferenciados apenas pela fisiologia sexual que nos separa entre homens e mulheres. Porém esta característica dos seres vivos racionais e irracionais não pode carregar sobre si a responsabilidade de determinar o sentimento que nos conduzira a “felicidade”. Certificados sexualmente como cidadãos, não podemos admitir a formulação, reformulação ou a especificação da legislação, que se apega a detalhes para camuflar direitos garantidos a homens e mulheres como se assim eles não o fossem, apenas por terem optado amar seus iguais. O mundo precisa rever seus conceitos, é inadmissível estampar nas entrelinhas do viver em sociedade que é de certa forma mais “conveniente ou mais fácil” aceitar um cidadão que infringiu a lei do que um homossexual, pois as penitenciarias e delegacias estão sempre cheias de “mães”... Afinal, não consta no código ou na legislação especificidades segundo as opções feitas por estes cidadãos fora da lei, conforme sua classificação sexual. Lembrando também que nosso sistema prisional não atende esta população em presídios próprios para homossexuais. Por quanto tempo ainda sufocaremos no mar do preconceito velado ou estampado sobre lâmpadas florescentes de atos homofônicos, que conduzem estes cidadãos a calar-se em nome de seus filhos ou pais, presos aos valores éticos e morais, que se banalizam no modismo de uma divulgação oportunista dos que vivem de fatos e atos imediatos. Sucumbimos em anos de história, maridos e esposas na solidão dos encontros clandestinos, o viver de um sentimento proibido por uma sociedade hipócrita e preconceituosa que aprecia e aplaude a hetero/homossexualidade de um sentimento escondido, porém imposto pela “ignorância” que obriga seus cidadãos a camuflar-se em matrimônio infeliz...

Quem fecha uma porta, tem como abrir uma janela?

Não há um personagem mais inspirador do que o magnífico Joãozinho para descrever este fato dantesco. Porque janela? Talvez por ser a esperança dos velhos ditados populares, falados por nossos pais e avós... Mas este lindo personagem dos contos infantis e fábulas olha atentamente para janela de seu quarto tentando entender: “Deus fecha uma porta, mas abre uma janela”. Porém, quando atravessa a porta da sala aula e se depara com a figura de sua querida professora, que desacredita das janelas de Deus... O bom Joãozinho diante de uma monumental estrutura de pedra envolta por várias janelas deixa seus pensamentos atrevidos lhe perguntar silenciosamente: - Por que diante desta imensa janela, ela desistiu? Ao iniciar a aula a professora diz: - Veja que fato incrível:. -Em 1599 faltavam professores, pois alguns se perdiam nas matas a passeio ou morriam no trajeto. -Professora, professora... - Fala Joãozinho. -Em 2011 faltam professores porque ninguém quer trabalhar nesta profissão, e os professores não se perdem nos passeios, os alunos violentos os espantam da escola. -Certo João, me deixe dar aula. -Quando os livros eram escritos a pena, os mestres jesuítas tinham que escrever atividade por atividade para seus alunos, estavam sempre cansados e quase não tinham tempo. -Fala logo e não me interrompa mais menino. -Professora, ainda bem que a senhora tem o mimeógrafo e o giz, já pensou fazer cinquenta e dois cadernos. - Certo, fica quieto. - Nossos colonizadores não investiam na educação como os outros colonizadores, em São Domingos no ano de 1538, já tinha Universidade e aqui no Brasil a mesma foi construída em 1934. Quando o sinal toca, o pequeno Joãozinho abraça sua professora e diz: - Agora entendo, parece que nada mudou, mas há uma janela a sua frente, acredite, vamos vencer juntos! Sabemos que é quase impossível que uma categoria tão desrespeitada e fragilizada tenha como salvar o Brasil com um giz e uma lousa, e a tecnologia não lhes permitiria tal genialidade ou dinamismo, ainda mais diante de um governo historicamente tão omisso. Mas o que for ensinado aos pequenos Joãozinhos, pode “Mudar o Mundo”.