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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A extinção do Professor


Em pleno século XXI uma reportagem revolta o cenário educacional do país, com o crescimento do PIB estimado em 5% para os próximos 5 anos.  O Brasil assiste de mãos e pés atados a recusa dos jovens brasileiros ao ofício de professor.  A Revista Nova Escola de fevereiro publicou um estudo encomendado pela Fundação Victor Civita (FVC) à Fundação Carlos Chagas (FCC) que traz dados concretos e preocupantes: apenas 2% dos estudantes do Ensino Médio têm como primeira opção no vestibular de graduação diretamente relacionada à atuação em sala de aula.  Os motivos justificados pelos jovens entrevistados foram: Baixa remuneração – 40%; Falta de identificação profissional ou pessoal – 32%; Desinteresse e desrespeito dos alunos – 17%; Desvalorização social do professor – 17%; Más condições de trabalho – 12%; Outros – 15%.
Então, perguntamos aos nossos governantes: Como modificaremos esta realidade crucial e fazer com que o país cresça se não existirem professores para capacitar os futuros profissionais das diversas áreas?
A UNESCO, o órgão das Nações Unidas revela: no Brasil os professores têm o pior salário, quando comparado a 32 países de economia equivalente.  Com baixos salários os docentes enfrentam jornadas duplas e às vezes triplas, em salas de aula superlotadas.  “Segundo o mesmo órgão, o número adequado de alunos por classe deve situar-se 20 e 30 no máximo, uma vez que as classes menores favorecem o estudo e a atenção docente individualizada, além de reduzirem a tensão e a intensidade da tarefa docente, corrigindo o importante fator de estresse.  Observe-se que no Brasil, não raro, o número de alunos é superior a 50 por classe.  Há professores que chegam a lecionar para até cerca de mil alunos, em até mais de 20 classes.  Verifica-se, portanto, que as más condições de trabalho, acentuam de maneira dramática a penosidade da profissão de professor.
E quando à saúde do professor?  Vai de mal a pior, pois doenças como estresse, (de acordo com a APEOESP, na Rede Pública Paulista, 46% dos professores sofrem de estresse, depressão, síndrome do pânico e de burnout (quando o profissional desenvolve uma relação apática com o ofício, motivado pela estafa física e mental).  São, junto com a violência, as maiores causas de afastamentos.  Isso quando o INSS acata a determinação médica. 
Se não pararmos para refletir e agir, não teremos como acompanhar a evolução que o progresso capitalista nos impõe, nos tornando assim uma nação submissa à vontade dos que detém o conhecimento.

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