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quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
Precisamos saber...
Não foi o tempo que nos tornou desumano, mas os acontecimentos que nos agredia mesmo quando tudo parecia perfeito. Banalizamos a vida através do progresso tecnológico.
Lembramos-nos de tudo como quem carrega no peito uma ferida aberta, onde escoa cada segundo de esperança de quem sobreviveu, porém, perdeu em lágrimas transparentes o melhor sentimento humano o “amor”. Por ele e por todos!
Porque a vida deixou de ser um grande e sublime momento de aprendizagem dos seres que compõe a humanidade, que ao fundir-se em suas vísceras revelou o que havia de pior em cada um dos homens. Seu egoísmo!
Registrado nas linhas dos infortúnios do suposto destino de quem trouxe consigo as marcas das vidas passadas, visto que a mesma passou a demonstrar com toda clareza; eles foram ruins... Não há outra explicação!
Já que como seres humanos foram devorados por suas trágicas imperfeições que não os deixou ver cada segundo do passado impregnar-se em seu presente, enquanto destruía a única coisa que os permitiu viver o “futuro”.
E o que é o futuro para os que perderam a fé? Seria a fé a razão das palavras que não foram escritas, por que sem dúvida; o vento as levou?...
Perdidas a ecoar no que ficou para trás, elas não podem ser escritas estão seladas por portas que não abrem mais. A vida não para!
E o melhor de todos os sentimentos encontra-se morto, e a lápide que pesa sobre ele; não dirá nada...
Enquanto não aprendermos a seguir a mais belo de todos os mandamentos.
“Amar uns aos outros como a nós mesmos.”
quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
Família uma instituição na U.T.I. ...
Durante
um longo tempo de minha vida, não entendi os motivos pelos quais minha mãe ignorava
e ocultava os assuntos referentes à imagem de meu progenitor. Triste! Sim!
Eu sei, mas não havia outra forma de nos proteger de alguém tão ausente no curto tempo em que esteve presente em nossas vidas.
O álcool afogou tudo o que ele sentia por nós.
Embora hoje eu concorde com ela, administrar a ausência foi bem mais fácil que a presença porca que vivemos nos dias atuais...
Acompanhada pelo tempo em que ele se fez ausente em minha trajetória de vida, à história se repete como uma sina a ser digerida na sociedade moderna difundida no cotidiano deste país.
Onde homens e mulheres se guardam, por não estar com guarda, do amor que não a guarda, mas apenas se vive intensamente independente de quem os guardam.
A reformulação geral das famílias nos trouxe uma figura paterna e materna intrigante: os pais dos finais de semana, os quinzenais, os viajantes, os internautas, os presentes, porém, ausentes em ações amparadas pelas lojinhas de 1,99 e o maldito Fast food, os permissivos, os que desapareceram e ressurgiram anos depois em um espetáculo de televisão...
Como se a vida pudesse ser congelada, e seus protagonistas não refletissem as cicatrizes do abandono.
Nesta
explosão de acontecimentos sustentada na grande armadilha do destino, o fim do
sentimento entre os casais que passam a mergulhar nesta guerra insana sem dia e
hora para acabar, pois se apegam ao valor financeiro, enquanto barganha o
melhor sentimento humano o amor entre pais e filhos.
Como especialista em Educação Infantil e mãe, eu lhes pergunto?
Mesmo sabendo o quanto é difícil responder. – Será que não ouvimos ou fingimos não ouvir os gritos aflitos destes seres em transformação nossas crianças que clamam pelo único sentimento que as colocou entre nós o amor incondicional.
E este amor que nos uniu a elas deve estar acima de tudo sempre e por mais humano que sejamos. Acredite! Este sentimento é a chave para um lugar muito além da nossa razão. Porque “nada é por acaso”...
Eu sei, mas não havia outra forma de nos proteger de alguém tão ausente no curto tempo em que esteve presente em nossas vidas.
O álcool afogou tudo o que ele sentia por nós.
Embora hoje eu concorde com ela, administrar a ausência foi bem mais fácil que a presença porca que vivemos nos dias atuais...
Acompanhada pelo tempo em que ele se fez ausente em minha trajetória de vida, à história se repete como uma sina a ser digerida na sociedade moderna difundida no cotidiano deste país.
Onde homens e mulheres se guardam, por não estar com guarda, do amor que não a guarda, mas apenas se vive intensamente independente de quem os guardam.
A reformulação geral das famílias nos trouxe uma figura paterna e materna intrigante: os pais dos finais de semana, os quinzenais, os viajantes, os internautas, os presentes, porém, ausentes em ações amparadas pelas lojinhas de 1,99 e o maldito Fast food, os permissivos, os que desapareceram e ressurgiram anos depois em um espetáculo de televisão...
Como se a vida pudesse ser congelada, e seus protagonistas não refletissem as cicatrizes do abandono.
Como especialista em Educação Infantil e mãe, eu lhes pergunto?
Mesmo sabendo o quanto é difícil responder. – Será que não ouvimos ou fingimos não ouvir os gritos aflitos destes seres em transformação nossas crianças que clamam pelo único sentimento que as colocou entre nós o amor incondicional.
E este amor que nos uniu a elas deve estar acima de tudo sempre e por mais humano que sejamos. Acredite! Este sentimento é a chave para um lugar muito além da nossa razão. Porque “nada é por acaso”...
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
O reverso da moeda.
Nada me fará esquecer o dia em que perdi minha alma,
pois o caráter dos homens que me fora ensinado por minha mãe está na presteza
da capacidade de se fazer solidário.
Porque diante das palavras sagradas “Ama ao teu
próximo como a ti mesmo”... Dita por
nosso “salvador” o impossível é possível, se as tivermos dentro de nós por amor.
Agora diante desta máquina perfeita o “homem”,
devora-me a angustia da certeza de estar junto aos que concretizam a lei da física:
“Dois corpos não ocupam o mesmo lugar”.
E isto se faz claro na incapacidade estampada de não ver
na “solidariedade” ou outro... Que a lei nos permite repensá-la!... E não
acontece, nem no abstrato ato de pensar.
E quando diante dos que gritam sozinhos, lamentavelmente
optamos covardemente a nos adequarmos ao simplório medo de ousar. Porque somos
possuídos pela contagiante ação dantesca do “Cada um por si e Deus por todos”.
Perdemos!... A
grande oportunidade de nos fazermos humanos e humanizados na consolidação de
uma sociedade real equitativa, que deixou de navegar em barquinhos de papéis para
não ser sucumbida por ações corruptas que nos tornam o que somos, “vulneráveis”.
Já que o presente na casa do vizinho está contido pelo
muro que nos divide e nos acomoda.
E é no confortável fio da navalha em que anda este
país esquecido não por Deus, mas pelos homens: Que cegos não vêem que a vida é uma
troca constante entre ser e estar...
Surdos fingem que não ouvem, pois incapazes de se
fazer verdadeiros na grandiosa razão contida no ato solidário de se colocar no
lugar do outro...
Mudos se amparam na ignorância do apego ao silêncio,
pois ele protegerá vorazmente o que é material... E isto mata! E a munição
desta arma se carrega na conivência dos
seus propósitos.
Inerte a tudo e a todos, reserva a si o mesmo futuro
dos que olham hoje, no lugar que se recusou estar agora...
Porém para não morrer! ... Apego-me à esperança de ver
um dia os navegantes de seu próprio umbigo: Retirarem as vendas!... Abrirem
seus ouvidos!... Soltarem suas línguas!... E descobrirem novos mares mesmo que
turbulentos, porque a vida se transforma dentro do futuro de cada segundo que o
trouxe a nós... E que já passou...
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
Crianças batatinhas...
Ao recordar alguns momentos vividos por mim em minha
infância, que foram pautados em velhos ditados, dos quais gostaria de destacar
o que sugeriu este texto: “Estas crianças estão sendo criadas como Deus criou
batata”.
Onde retrato com saudade os belos dias percorridos por
meus pequenos pés que sem rumo passeavam
nas refrescantes águas do córrego, o qual nos presenteava com lindas nascentes
a fervilhar no chão. Lembro-me, que ficávamos horas a olhar a mais bela imagem
que nos dava a natureza...
Era encantador ver a água brotar transparente como as
lágrimas de saudade que sentíamos de nossa mãe, que por força das circunstâncias
nos deixava a mercê de nossa própria sorte.
O tempo construía em nós a dureza dos que tiveram na
rua a lição do defender-se a qualquer preço, pois éramos vítimas dos moleques
maiores e dos vizinhos que nos via como ervas daninhas neste jardim maravilhoso
criado por Deus.
Como única fonte de esperança, caminhávamos para
escola seguindo o curso deste espetacular e maravilhoso córrego que
guardou segredos nunca revelados: Mãe, como era difícil não te ver nas
reuniões, nas festinhas, na matrícula, na solicitação do Diretor, na homenagem
à senhora, nas refeições diárias que por muitas vezes não fazíamos...
Porém seu traje paterno construiu uma couraça de
coragem que nos trouxe até aqui, cheios de cicatrizes recobertas por um orgulho
imenso de saber que hoje, podemos poupar nossos filhos que não vêem mais a
linda imagem construída pela natureza, as lindas nascentes soterradas ou
poluídas em nome do progresso.
Eles estão trancafiados em nossas escolas ou
paralisados em nossas casas em frente ao videogame ou da televisão.
Mesmo hoje continuam sendo vítimas dos moleques mais
velhos, que praticam um ato denominado de maneira chique “bullying”, o que
faziam com a gente de maneira selvagem e nisto nada mudou só o nome.
E o que aquelas pequenas e frágeis mãozinhas esperavam
do futuro?
O que estas velhas mãos calejadas pelo tempo digitam
com todo respeito aos amigos pais e mães, que como outro ditado espetacular: “São
iguais e só mudam de endereço”, nossos filhos não querem mais horas na escola,
eles nos querem por perto...
Os que estavam soltos nas ruas do bairro por não terem
a tecnologia, hoje estão cercadas por paredes dominadas pela tecnologia, porém
sendo criadas como Deus criou batata... A sua própria sorte...
terça-feira, 16 de outubro de 2012
Educadores, nobres e gentis professores...
Quem são eles?
Anjos protetores do conhecimento que por amor, amam o que fazem.
O que eles amam?
O futuro, porque cada segundo do que vivem se expressam no aprender ensinando aos alunos que lhes foram confiados.
Porque são assim?
Porque a humanidade constrói e transforma tudo, e como grandes guerreiros tomaram para si a tarefa de dizer à humanidade o que foi acumulado.
O que esperam?
Que a sociedade possa ser contagiada pelo desejo do seu amor ao conhecimento, que os tornam responsáveis por ensinar todas as “profissões”.
No que acreditam?
No presente, pois se doaram a ele contagiados pelos acontecimentos do passado, onde construíram, reconstruindo a nação que o futuro espera.
E o que dizer a eles sempre?
Obrigada! Feliz dia dos professores nossos nobres e grandes educadores...
Educador plante!... O Universo colherá o seu melhor na solidariedade de uma humanidade humanizada...
sexta-feira, 28 de setembro de 2012
Palavras e papéis... Separados não dizem nada!
Durante a existência humana as palavras retrataram a
história em toda sua essência, divulgada oralmente em um determinado período de
geração a geração.
Um dos maiores meio de comunicação as palavras dizem
ao tempo, o que vento que leva. Sendo assim, a inteligência humana construiu um
mecanismo para deixar no tempo o que vento teima em ocultar.
Preciosos como ouro, os papéis singelamente garante a
todos a certeza das lembranças do que foi proferido: nos acordos firmados, nos
direitos estabelecidos, nos bens adquiridos, no amor declarado, nos sentimentos
acabados, na vida que se inicia diante da vida que se vai... No amor dos amigos e na beleza
do pai.
Frias as palavras matam!... O que o papel retrata no
óbito determinado. Quentes como brasas!... As palavras perduram nos papéis o
amor divino por nós proferido e profetizado...
Porém, diante das promessas dos que são bons e dos que
não prestam a nós nada mais resta nesta grande festa, a não ser empilharmos os
papeis corrompidos, porque o direito a nós conferido!... No papel fora
esquecido.
Herdeiros de nossas memórias o “papel digital” utilizado
agora divulgará com precisão cirúrgica os segundo de tudo que fizermos, mesmo
assim!...
Opte pelos papéis, pois palavras o vento leva...
“E em terra que papagaio fala, e todo mundo diz o que
quer”. Registre!...
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
Politicamente verdadeiro... Vítima de seus ideais.
Pavor é o que sente a alma de um homem que perdeu seus sonhos,
por que devorou a si mesmo na busca constante de mudar o que nunca foi capaz.
Ele próprio!... Diante de tudo vislumbrou!...
Afogado pelas mazelas humanas, as quais se referiam a ele e
ao próximo deixou-se magoar, enquanto era vorazmente magoado por si mesmo,
visto que endurecia sua razão... Por não ter nenhuma!...
Julgado pelo descaso de ter acreditado no
inacreditável ser “politicamente correto”, ao tentar vorazmente retratar em
palavras o sublime ato de dividir...
O que pegou para si!... Porque acreditava ser seu!... O
que também era dos outros!
Nesta divisão nefasta sua consciência o consome, pois
guiado por suas verdades tornou-se alvo fácil dos rótulos ditos a ele. Por
ele!... Em seu espelho!
Contagiado pelos ideais mortos da multidão que também subiu
no picadeiro da vida política que escolheram, onde ovacionados de pé não
transgrediram um só ato escrito por todos que um dia, alvejados por suas línguas
felinas e suas pedras... Estilhaçaram suas imensas janelas de vidro, enquanto
imploravam aos cacos que cobrissem o que nunca foi escondido e jamais
consentido... A corrupção. Visto que a primazia da fé dos que acreditaram, escondia
entre eles... Ele mesmo!...
E é este mercador de sonhos furtados que se mutila em
nome da ganância, por que sem opção disse a si e aos outros.
Eu sou a diferença do átomo que se subdivide em mim, e
que agora preso aos fragmentos dos meus desejos se metamorfosearam, quando ao púlpito
discursava... Eu, o inimigo “oculto” do povo!...
E é a ele aquém adoro com palavras e gestos, protegendo-o
nos segredos contidos nas vertentes das artérias férteis
dos bens públicos, as quais sorverão... Até a última gota!... Porque corrompidos
se corromperam impiedosamente pelo vil prazer de dizerem: Nós não mudamos!
Mesmo surdo contínuo ouvindo os murmúrios dos
pedintes, que esticam suas mãos a espera das migalhas ofertadas... Por mim aos
meus! ... Com obrigação de ser devolvidas!
E se fecho meus olhos é porque a crosta calejada, não se
aquece com ínfimo raio de sol, que estampou sem permissão as imagens dos que
apertei a mão. Em acordos escusos e avassaladores que não me permite pedir
perdão!
E ainda hoje, cansados, eles continuam a se fazer de
coitados, mesmo na hora em que podem dizer sim ou não.
E dentro deste cansaço que me afaga as faces rubras,
que humildemente peço como grande representante do povo. Parem de acreditar! Porque
saio da vida pública, pois não me escapo à morte, para repousar na história que
nunca mudei...
sexta-feira, 31 de agosto de 2012
Não somos mágicas! Somos professoras!
Bom
dia crianças!
-
Professora, me empresta um lápis?
Bom
dia alunos!
-Professora,
me dá um caderno?
Bom
dia!
-Professora,
me empresta uma borracha?
Após
varias tentativas de cumprimentar seus alunos, dona Dora uma gentil professora
abre sua mochila e tira dela uma gigantesca cartola.
Assustados,
os alunos param de pedir e sentam com seus olhos arregalados a espera do que
vai sair lá de dentro. O mais brincalhão da turma grita. Um coelho!
Neste
instante, a porta da sala abre e os pais enfileirados entram como se elas os
tirassem da grande cartola que colocou sobre sua mesa.
Sentado
ao lado dos filhos, eles recebem uma folha de papel onde estava escrito um
simples comando:
Pinte
o arco-íris e cole atrás da folha.
Olhando
para o filho com “cara” de espanto, onde ambos recolocam as bolinhas dos olhos
no lugar, visto que ambas lhes saltaram do rosto. Afinal! Como fazer o que foi
solicitado, sem material. Porém, como todo bom ser humano, os pais se fazem de
inocentes e ordenam aos filhos:
-
Pegue logo menino o lápis de cor!
-Não
trouxe pai!
-
E a cola e a tesoura do Kit que você recebeu!
-Também
não trouxe pai!
-Então
pega o caderno!
Não
demora e uma “maçaroca” de folhas amassadas pula da mochila, sem capa e
extremamente suja.
-Nossa!
Este é seu caderno? O que aconteceu com ele? Que sujeira é essa?
Suas
perguntas nos fazem acreditar nesta conturbada relação. Onde quem é o adulto
desta história, ainda não fora estabelecido! Assim como o comprometimento com a
vida escolar dos filhos.
Tentando
amenizar a situação Dona Dora a gentil professora pede calma e silêncio a todos
que já estavam fora de seus lugares, dentro da notável aventura do empresta
empresta vividas no cotidiano de seus alunos.
Com
os ânimos contidos, ela mostra aos pais o quanto é difícil trabalhar sem as
ferramentas necessárias, o pouco material trazido pelos amigos. Muitas vezes é
tão pouco!... Que nada dá para fazer!...
Quando
a aula termina, pais e filhos levam para casa a tarefa que ficou por fazer.
Na
porta ao saírem, dona Dora retira de
dentro da cartola uma frase muito importante e entrega com um belo sorriso a
todos.
“Eu
não sou mágica”! Sou professora: lápis preto, lápis de cor, caderno, cola e
tesoura, é o mínimo que preciso para dar uma boa aula... Até amanhã crianças...
Boa tarde pais...
terça-feira, 28 de agosto de 2012
9 - Perseu e as sombras da vingança...
Durante algum tempo as batalhas envoltas por grandes e
contagiantes vitórias desviaram os pensamentos de Athena, que disse ao mundo e
a todo Olímpo que seus princípios eram invioláveis, matando sem piedade Perseu.
Vingativo o tempo, senhor de todos os acontecimentos,
planeja com Hades e Ares uma forma de desvendar os motivos que a levaram a uma
escolha tão dura, eles acreditavam que estava ali à chave para destruir Zeus,
que sentiu pelas mãos da filha a dor infinita de perder seu amado filho Perseu.
A morte dos filhos de Zeus era com
toda certeza o melhor e o mais rápido caminho. Preso
por Hades nas teias da escuridão, o oráculo dos segredos revelou a ele que
haveria um tempo em que o coração de Zeus teria uma grande fenda e quem
conseguisse passar por ela, descobriria as trilhas do desconhecido caminho de
onde ele trazia e para onde leva os mortais.
Este segredo foi revelado ao oráculo em um momento de
embriagues do senhor absoluto, que por descuido tomou as lágrimas de Cupido e
passou a amar desesperadamente uma mortal que lhe entorpeceu os sentidos com
sua imensa beleza e sabedoria, porém preferiu a morte a se entregar a ele.
Dentro da cabeça de Zeus, ela o atormentou em silêncio.
Ensandecido por não conseguir tirar de sua memória o sorriso de satisfação da
mortal que tirou a própria vida, antes que ele a possuí-se, era fiel aos seus
princípios e à morte não era nada.
Para se livrar
de tamanha loucura, Zeus pega seu machado e abre sua cabeça, e é neste momento
de desespero que uma vida ressurge, nasce Athena, a deusa da sabedoria e da
guerra, que guarda no olhar as virtudes da mãe, nos braços a força do pai e em
sua cabeça a grande batalha de manter pela eternidade os princípios que lhe deu
a vida.
Diante das informações do oráculo, Hades pede ao deus
do tempo que arraste Orfeu até o princípio de seu sofrimento, pois precisava da
lira utilizada por ele para encantar Morfeu, a quem obrigaria a tomar a forma
de Perseu para perturbar Athena e conduzi-la ao mesmo desespero que tirou a
vida de sua mãe.
Com Eurídice presa nas portas do inferno, Hades
barganha com Orfeu sua liberdade em troca da lira, diante da esperança de tê-la
ao seu lado, o deus não pensa, pega sua amada e parte. Hades entrega a lira
para Ares que toca uma linda melodia. Hipnotizado, Morfeu adentra os sonhos de
Athena devolvendo a ela as lembranças destruídas ao matar o semideus.
Como Perseu, Morfeu conduz Athena ao início de tudo e
sua imagem volta a balançar em suas lágrimas enquanto se purifica. Distraída
pelos encantos de Morfeu, Athena não percebe a chegada de Ares ao seu templo,
era belo demais ter Perseu diante de seus olhos.
Deslizando seu corpo pelos lençóis, Athena sente as
mãos de Perseu tocar seu rosto puxando suavemente em direção ao seu, quando os
lábios da divindade tocam os lábios de Ares, ele enlouquece, tinha nas mãos a
mulher que sempre amou e desejou, porém, seu corpo não consegue conter-se, ele
puxa bruscamente Athena que se vê diante de um Perseu desconhecido e voraz
dentro dos desejos de Afrodite.
Ares vai a
loucura total e rasga as vestes de Athena que toca em sonho a pele de Perseu,
mas a realidade de suas mãos trás para o ar que respira ofegante o cheiro de Ares, que a conduz a lucidez. Sem
que ele perceba, ela pega sua espada e atravessa o coração do deus da Guerra,
semiacordada o último suspiro dele ecoa em seus ouvidos, enquanto ela lhe toca
as faces dizendo baixinho: - Isto é o único momento que você terá.
Ares fica
jogado sobre o leito da deusa que volta a dormir ao lado do corpo que passa a ocupar
o lugar em que sempre deveria estar, nos pés de Athena.
De volta aos seus sonhos, Athena sorri para Perseu e
diz: - Morfeu volte para seu lugar, Perseu é algo que não trago em meus
pensamentos.
Diante deste novo encontro das divindades, os
princípios se mantêm invioláveis e a morte não representa nada aos deuses.
segunda-feira, 30 de julho de 2012
O poder político e divino de Deus...
Diante das verdades divinas de João Batista o mundo
aguardou a chegada do Salvador, que “politicamente” transformaria a condição
humana em todos os seus aspectos.
Suas parábolas e provérbios construiu nos seus vindouros
um poder supremo e absoluto, dito e escrito em nome dele, porém ao mesmo tempo éramos
“possuídos” pelas verdades de tê-lo como líder religioso, que compôs com seu
nascimento uma nova era cronológica.
Divido e multiplicado, seu sofrimento transformou-se em
relíquias que seriam vendidas a preço cambial da época, pago com moeda corrente,
sangue, suor e lágrimas, onde a garantia era a salvação do invisível, a “alma”.
Apossados pelo desconhecido, pagou-se o que podia e o que não podia para
alcançar a salvação eterna no sabor suave do não saber, “do onde viemos e para
onde iremos”, dentro da calorosa certeza imutável a morte.
Inquestionável Renovador dividiu o mundo em ciência e
fé, enquanto ainda se pagava um valioso preço pelo desconhecido, variando-se
apenas o produto ofertado.
E o poder político em nome de Deus nos permitiu a construção
de lideres de todas as formas, tendo como pano de fundo a simples e violenta discórdia
humana. Lutero líder religioso proporcionou aos seus seguidores o conhecimento
do verbo oculto escrito em nome do Salvador, porém sua ação fragmenta a
supremacia religiosa dos católicos.
Estávamos agora envolvidos pela contra reforma, pois a
liberdade humana passa a nos permitir dividir o “bolo fecal” construído pelos
homens em nome do “Pai, do Filho e do Espírito Santo” em ações descritas por Lutero
como a venda repugnante das indulgencias plenárias rumo à salvação do
desconhecido até a presente data.
E novamente me vejo diante de perguntas às quais
regurgito todos os dias.
Vale a pena continuar pagando o preço estabelecido
pelos novos lideres políticos religiosos disfarçados pelo poder “político e
divino de Deus”?
A divisão das
esferas governamentais em Protestantes e Católicos consolida “Jesus Cristo”
como um líder político ou religioso?
Como adeptos
perdemos as nossas vontades, tendo que fazer o que está estabelecido pela “comunhão
com Deus, a igreja”, obedecendo aos acordos dos padres, pastores, anciões e
etc., fechados nos bastidores da podridão política que apenas nos permite poucas
e inexistentes ressalvas?
Quem somos nós afinal dentro deste jogo de corruptos e
corrompidos que pulverizaram a ação “laica” que nos pertencia?
A vontade de Deus se confirma, no confirma da urna
eletrônica, elegendo os profetas profanos do código 229 da Lei Eleitoral, que
se faz de cega camuflada nas interpretações, onde a vontade do povo não é
respeitada, levando-os ao descrédito pela morosidade que não pertence à Lei,
mas aos que se recusam a vê-la valer?
E como votar certo num país onde bandidos de colarinho
branco se apossam da fé e das mazelas humanas para manterem-se como salvadores
da Pátria, dos que perderam a mesma pela desigualdade social e por nela não se
ver?
E é neste turbilhão de acontecimentos que nos
colocamos dentro de um ciclone, tentando salvar um gato, diga-se morto, quando
nos abdicamos de fato nos recusando a dizer: Não votaremos mais em políticos
corruptos que trazem seus rostos estampados na mídia salvaguardados pelas
palavras “todos são inocentes até que se prove o contrário”. Políticos não. Todos
são culpados até que se provem inocentes.
Seu voto muda o mundo, lembre-se, você está só diante
da maior arma que pertence a você. Vote certo! Vote consciente!
quarta-feira, 18 de julho de 2012
8 - Perseu e as areias tempo...
Como uma tarde única
em todo Olímpo, os deuses observam os homens tentando entender o que havia de
melhor em cada um deles, e como um segundo mágico e aterrorizante os portões do
lugar reservado ao senhor absoluto de tudo, cai ao chão.
Os gritos de Perseu com a ampulheta
do tempo nas mãos exigem de Zeus a liberdade de sua amada, ele não sairá
daquele lugar enquanto não for atendido e um único deus estiver vivo.
Hades neste momento suspira de
satisfação, ao ver que o irmão deixará de decidir as vontades e verdades dos
homens e dos deuses, mesmo que isto custe sua existência, pois o que importa
para ele é saber que onde estiver levará dentro dele a certeza de ter acabado
com a supremacia de Zeus.
Apostos os deuses empunham suas
armas e perfilam-se prontos para combater o semideus Perseu, que ousa desafiar
o senhor do Olímpo.
Como uma constelação gigantesca Athena adentra o
templo de Zeus e suplica a todos que a deixe resolver está batalha sozinha,
pois precisa dizer ao senhor do tempo e a Perseu quem era ela a divindade que
carregou por um breve momento o amor, que lhe causou uma cicatriz eterna na
alma e no corpo e tudo porque foi fraca.
Para conseguir atingir seus objetivos Athena abre as
janelas do tempo e mostra a todos o quanto foi implacável com o homem Perseu o
colocando no lugar em que todos os mortais deveriam sempre estar debaixo dos
seus pés.
Dentro de um círculo de fogo os deuses se reúnem e
passam a ela suas armas fundindo em seu corpo sua essência, aumentando os poderes
da divindade.
Quando tudo estava pronto, Athena se aproxima de Zeus
e confessa o quanto havia desejado ser mortal e poder ter novamente o toque dos
lábios de Perseu. O amor era divino e não humano e ela odiava seus princípios e
o pai por ter tirado dos deuses o melhor, e dado aos homens, e era por este
motivo que ela mataria com satisfação o melhor que ele havia vivido com a
mortal Daiane.
O sorriso de Athena congelou a alma de Zeus,
contorcendo-lhes as vísceras, pois sabia naquele momento que perderia seu único
filho e o mesmo momento que passou ver sua linda filha viver, o amor divino e
mortal.
Nos jardins do Olímpo a brisa balança suavemente as
vestes finas e transparentes da divindade que causa em Perseu uma triste e
louca visão, o tempo lhe reconduz aos momentos vividos com a Athena deixando
Perseu perceber o quanto fora amado. Sentindo a suavidade dos lábios dela, ele
vira a ampulheta do tempo, pois acredita poder parar tudo e recomeçar, dizendo
a ela o quanto a desejava, impedindo a bela deusa de cometer um ato tão forte.
Com os grãos de areia caindo um a um, Athena se
aproxima de Perseu e olha fixamente em seus olhos e lhe diz:
-A ampulheta do tempo só pode ser utilizada por um
semideus. Você não é. Ela toca seus lábios com os dela, e quando o último grão
de areia toca o fundo contrário da ampulheta ela crava em seu peito sua espada,
deixando cair de seus olhos à única lágrima que reservou ao Deus Perseu que
sente a ira dos deuses destruindo o para sempre e o colocando no lugar onde ele
devirá sempre estar nos pés de Athena.
Indiferente a tudo Athena arranca o coração de Perseu
e o joga na terra do esquecimento para que todos saibam, ela estava livre. De volta ao círculo de fogo ela devolve aos
deuses suas armas, porém quando Afrodite recebe sua essência ela percebe o
quanto fora cruel com a divindade e que Perseu amou Athena muito mais do que
ela foi capaz de perceber.
Diante de Zeus Athena lhe entrega a ampulheta do
tempo, mostrando ao pai o quanto era implacável com qualquer um que tentasse desafiar
o senhor absoluto de tudo.
Hades furioso despeja sobre os homens sua ira, ele
devasta uma longa faixa de terra criando o deserto árido e seco, para que os
homens saibam que o amor de Perseu e Athena estava morto e que nunca fora
vivido.
Zeus agradecido escreve nas estrelas a bela história
de amor nunca vivida por Perseu e Athena. Separando para os mortais a lua e o
sol, criando o dia e a noite e para que eles soubessem que como testemunha dos
amantes à noite vestida pela lua lhes
permitirá segredos jamais revelados ao amanhecer ao senhor do dia o sol.
E foi neste encontro inebriante dos deuses, que o
mundo descobre que os princípios de Athena são eternos imaculáveis.
7 - A morte do homem Perseu e a liberdade de Athena...
Após um longo tempo compartilhando a alma e o coração
de Athena, Perseu acredita que não haverá paz em seu interior se não for capaz
de viver os sentimentos humanos que o colocou nas mãos daquela que se feriu por
ele.
Tentando percorrer um novo caminho, ele convence
Afrodite à deusa do amor a enchê-lo de desejos, mesmo antes de terminar seu
pedido, ela lembra que a mistura de sentimentos matará o que há de melhor fundido
dentro dele, a alma de Athena.
Aprisionado pela incompreensão, arrogância e a
brutalidade destinada aos homens de sua época, ele se recusa a aceitar as
verdades latentes nas palavras da deusa, que invade sua alma conduzida pelo
olhar típico dos amantes.
Alucinado pelo desejo de Afrodite, Perseu encontra
Efidríades com quem têm momentos inebriantes de uma louca paixão.
Sentindo o calor ardente dos sentimentos produzidos
por Afrodite, ele perde a razão e declara ao Olímpo o quanto ama a serviçal de
Hércules.
E é neste instante que Perseu desafia o Deus do Inferno
Hades a estar com ele na luta que travará com Zeus para libertar sua amada,
vítima da injustiça do senhor absoluto do Olímpo.
Envolvido pelos desejos de Afrodite que trazia em sua
essência as lágrimas de Cupido tomadas por ela do coração de Athena, é que
Efidríades e Perseu vivem o melhor da paixão proporcionado pela deusa do amor.
Porém Afrodite aproveita a loucura de ambos para se vingar da Ninfa que fez com
que Zeus desse a ela uma pequena parte de sua implacável ira.
Após saciar sua sede de vingança Afrodite deixa dentro
da Ninfa as lágrimas de Cupido que envenenaram Athena e para mostrar ser tão
dura como Zeus revela a ela o mínimo do amor divino que sentia por Hércules,
com o corpo queimando como brasa a jovem que Perseu nutria um grande amor e que
acabará de possuir, sente o pior das duas deusas impedidas de viver o amor
humano.
Pelas janelas do tempo ao lado de Zeus, Athena assiste
ao covarde espetáculo de ver sua alma novamente se despedaçando no interior
daquele a quem ela escolheu para viver o melhor de sua pouca existência humana,
com o coração despedaçado e que aos poucos vai substituindo o coração de Perseu
que com toda certeza morrerá, assim que tudo estiver terminado, pois as finas
fagulhas do diamante que transformou o coração da divindade ao ser perfurado
pela espada de Afrodite destruirá o belo coração do semideus.
Desesperada Athena suplica a Zeus que não o deixe
morrer, pois matá-lo era um direito dela, mesmo sem entender e fiel a seus
princípios não quer ser a responsável pela morte de Perseu daquela maneira, sem
lutar.
Compadecido com a dor da filha, Zeus arranca a alma e
o coração de Athena de seu novo inimigo, dando a ela o direito de escolher se
vai ou não ficar com os sentimentos humanos que lhe impregnavam a alma. A
decisão de Zeus condena Perseu a deixar de ser um semideus, visto que para
libertar Athena ele teve que separar o Deus do homem que habitava seu interior.
Quando Hades ouve o pedido de Perseu o leva para o
inferno onde trama a derrota do irmão, mesmo sem saber que Efidríades é agora
escrava da vingança de Afrodite e que nunca mais estará novamente com ela,
Perseu se entrega ao ódio e parte para o Olímpo com o poder do tempo, um
presente dado por Hades e que sempre fora temido por todos os deuses. Esta arma
absoluta só poderia ser utilizada por um semideus, pois o ódio contido na
vontade de sermos eternamente jovens fez do tempo o grande algoz da humanidade.
Diante dos momentos vividos com o semideus em sua
memória, Athena levanta sua espada e transforma sua essência em pedra,
soterrando-a nas lacunas do tempo entre um instante qualquer entre uma hora e
outra.
Livre como uma
grande águia ela voa sobre o Olímpo deixando cair de seus olhos as lágrimas que
marcarão para sempre sua existência.
Quando a última lágrima da divindade toca o chão, o
destino de Perseu acaba de ser selado, ele nunca mais terá o amor de Athena. O
grito de lamento da águia que se choca contra as rochas do destino ecoa para
sempre nas alamedas da eternidade, pois o amor humano de Athena por Perseu,
agora estava morto.
Quando Zeus olha para filha e vê que sua escolha iria
destruí-la ele arranca de Perseu a metade humana e dá à Athena que passa a ter
diante dos seus olhos a imagem materializada dos melhores momentos vividos por
ela.
No templo de Athena, Perseu como mortal tenta compreender
e justificar o que sentiu o semideus, ao vê-la se ferir por um sentimento
simples que passou, suas palavras arranca da deusa a mesma ira, pois seus
sentimentos eram sublimes. Ao
perceber que havia cometido o mesmo erro, ele procura dizer a ela porque ficou
tão triste com a atitude divina da deusa, que trazia no peito a marca do que
nunca fora vivido.
Mesmo diante da imensa misericórdia de Zeus, Athena permanece
fiel a sua escolha, com espada na mão olha dentro dos olhos de quem um dia lhe
mostrou a vida e sem a menor piedade atravessa-lhe o coração deixando a
essência dos mortais cobrirem os seus pés, pois era ali que eles deveriam
sempre estar. E o único ser que foi capaz de vê-la como mortal, debruça sobre o
solo de Hades seu corpo, deixando gravado nas areias do tempo o triste fim do
homem Perseu.
Neste novo encontro das divindades, os deuses tomam
sua verdadeira forma e os semideuses deixam de existir.
quarta-feira, 11 de julho de 2012
Gafanhotos e políticos... Uma praga milenar.
Subtraímos da natureza quase tudo que precisamos,
limpamos a floresta para privilegiarmos: as indústrias de celulose, o gado de
corte, as usinas de minério, as hidrelétricas, as moradias, a agricultura e uma
vastidão de benefícios importantes para sobrevivência humana.
Após ouvir calado o discurso dos engenheiros agrônomos,
sobre a grandeza do progresso mundial e o espetacular trabalho realizado pelo
homem, um lavrador humilde pergunta gentilmente aos engenheiros que os reuniram
para montarem uma Cooperativa.
- Amigos, dentro do meu pouco saber gostaria que palestrassem
sobre as pragas de gafanhotos e se há remédio bom para acabar com elas.
Os engenheiros todos exímios estudiosos sobre o assunto
olham para o pobre homem e dizem:
-Bem! Só há um remédio para acabar com está praga terrível,
seu VOTO, pois já tentamos todos os tipos de pesticidas e eles acabam voltando.
E o pior está por vir, pois eles agora resolveram se unirem e estão de mãos
dadas.
- Ouçam! Políticos corruptos unidos são como
gafanhotos, não há lavoura que vá em frente. E é por este motivo que estamos
aqui montando cooperativas para combatermos estas pragas juntos.
terça-feira, 3 de julho de 2012
Lealdade sempre, mesmo que a ti...
Em uma Província nas Serras do Deserto, habita um Rei
que trás dentro do peito um coração de pedra, sozinho ele governa a si mesmo e com
mãos de ferro não se permite ter nenhum tipo de erro.
Após uma longa tempestade de areia, uma linda jovem
foi deixada nos portões de seu castelo.
Durante algum tempo ele ficou olhando a jovem caída em
seu portão e não se moveu para nada, porém mesmo diante de toda sua dureza, pegou
um copo de água e um pedaço de pão e colocou no portão para jovem, virou as
costas e saiu.
Muitos anos depois, o rei foi abatido por uma grande
moléstia e ninguém nas redondezas quis socorrê-lo, como um moribundo bateu de
porta em porta e todos disseram não.
Caído no deserto, à mesma tempestade que colocou a
bela jovem diante dele, levou o velho rei às portas de um lindo Castelo.
Ao acordar a bela rainha vê um homem caído em seu
portão e ordena a seus súditos que o peguem e o traga para dentro, com medo
ninguém quis ajudá-lo, sua fisionomia era feia demais, as chagas de seu rosto o
tornara medonho.
A Rainha com toda paciência do mundo amparou o pobre
moribundo e cuidou dele até que ficasse bom.
Seus súditos cobraram dela o que havia feito, pois sua
atitude colou todos em perigo, sua moléstia poderia tê-los contaminado. Condenada
à morte a rainha não fez nada para se defender, ficou calada e morreu
tranquila.
Quando o rei soube que a rainha que havia cuidado dele
morreu por ter sido gentil, ficou profundamente triste e endureceu mais ainda
seu coração.
Anos mais tarde, outra jovem foi trazida ao seu portão
pela mesma tempestade, porém o rei desta vez não fez nada, deixou a jovem
morrer a míngua em seu portão.
Cada ano que passava uma jovem era deixada em seu
portão e ele mantinha a mesma atitude.
Em um de seus sonhos a bela rainha lhe disse:
-Fui fiel a ti em tua primeira dificuldade, pois não
pude esquecer-me da nobreza de teu ato ao dar-me pão e água, porém minha morte
por fidelidade não lhe manteve leal aos teus princípios, acudir os
necessitados.
Por mais difícil que for vida, não mude seu caráter, seja
leal mesmo que a ti, em toda sua existência.
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