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quarta-feira, 24 de outubro de 2012

O reverso da moeda.



Nada me fará esquecer o dia em que perdi minha alma, pois o caráter dos homens que me fora ensinado por minha mãe está na presteza da capacidade de se fazer solidário.
Porque diante das palavras sagradas “Ama ao teu próximo como a ti mesmo”...  Dita por nosso “salvador” o impossível é possível, se as tivermos dentro de  nós por amor.
Agora diante desta máquina perfeita o “homem”, devora-me a angustia da certeza de estar junto aos que concretizam a lei da física: “Dois corpos não ocupam o mesmo lugar”.  
E isto se faz claro na incapacidade estampada de não ver na “solidariedade” ou outro... Que a lei nos permite repensá-la!... E não acontece, nem no abstrato ato de pensar.
E quando diante dos que gritam sozinhos, lamentavelmente optamos covardemente a nos adequarmos ao simplório medo de ousar. Porque somos possuídos pela contagiante ação dantesca do “Cada um por si e Deus por todos”.
 Perdemos!... A grande oportunidade de nos fazermos humanos e humanizados na consolidação de uma sociedade real equitativa, que deixou de navegar em barquinhos de papéis para não ser sucumbida por ações corruptas que nos tornam o que somos, “vulneráveis”.       
Já que o presente na casa do vizinho está contido pelo muro que nos divide e nos acomoda.
E é no confortável fio da navalha em que anda este país esquecido não por Deus, mas pelos homens: Que cegos não vêem que a vida é uma troca constante entre  ser e  estar...  
Surdos fingem que não ouvem, pois incapazes de se fazer verdadeiros na grandiosa razão contida no ato solidário de se colocar no lugar do outro...
Mudos se amparam na ignorância do apego ao silêncio, pois ele protegerá vorazmente o que é material... E isto mata! E a munição desta  arma se carrega na conivência dos seus propósitos.
Inerte a tudo e a todos, reserva a si o mesmo futuro dos que olham hoje, no lugar que se recusou estar agora...
Porém para não morrer! ... Apego-me à esperança de ver um dia os navegantes de seu próprio umbigo: Retirarem as vendas!... Abrirem seus ouvidos!... Soltarem suas línguas!... E descobrirem novos mares mesmo que turbulentos, porque a vida se transforma dentro do futuro de cada segundo que o trouxe a nós...  E que já passou...

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