Pavor é o que sente a alma de um homem que perdeu seus sonhos,
por que devorou a si mesmo na busca constante de mudar o que nunca foi capaz.
Ele próprio!... Diante de tudo vislumbrou!...
Afogado pelas mazelas humanas, as quais se referiam a ele e
ao próximo deixou-se magoar, enquanto era vorazmente magoado por si mesmo,
visto que endurecia sua razão... Por não ter nenhuma!...
Julgado pelo descaso de ter acreditado no
inacreditável ser “politicamente correto”, ao tentar vorazmente retratar em
palavras o sublime ato de dividir...
O que pegou para si!... Porque acreditava ser seu!... O
que também era dos outros!
Nesta divisão nefasta sua consciência o consome, pois
guiado por suas verdades tornou-se alvo fácil dos rótulos ditos a ele. Por
ele!... Em seu espelho!
Contagiado pelos ideais mortos da multidão que também subiu
no picadeiro da vida política que escolheram, onde ovacionados de pé não
transgrediram um só ato escrito por todos que um dia, alvejados por suas línguas
felinas e suas pedras... Estilhaçaram suas imensas janelas de vidro, enquanto
imploravam aos cacos que cobrissem o que nunca foi escondido e jamais
consentido... A corrupção. Visto que a primazia da fé dos que acreditaram, escondia
entre eles... Ele mesmo!...
E é este mercador de sonhos furtados que se mutila em
nome da ganância, por que sem opção disse a si e aos outros.
Eu sou a diferença do átomo que se subdivide em mim, e
que agora preso aos fragmentos dos meus desejos se metamorfosearam, quando ao púlpito
discursava... Eu, o inimigo “oculto” do povo!...
E é a ele aquém adoro com palavras e gestos, protegendo-o
nos segredos contidos nas vertentes das artérias férteis
dos bens públicos, as quais sorverão... Até a última gota!... Porque corrompidos
se corromperam impiedosamente pelo vil prazer de dizerem: Nós não mudamos!
Mesmo surdo contínuo ouvindo os murmúrios dos
pedintes, que esticam suas mãos a espera das migalhas ofertadas... Por mim aos
meus! ... Com obrigação de ser devolvidas!
E se fecho meus olhos é porque a crosta calejada, não se
aquece com ínfimo raio de sol, que estampou sem permissão as imagens dos que
apertei a mão. Em acordos escusos e avassaladores que não me permite pedir
perdão!
E ainda hoje, cansados, eles continuam a se fazer de
coitados, mesmo na hora em que podem dizer sim ou não.
E dentro deste cansaço que me afaga as faces rubras,
que humildemente peço como grande representante do povo. Parem de acreditar! Porque
saio da vida pública, pois não me escapo à morte, para repousar na história que
nunca mudei...
Texto forte!
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