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quarta-feira, 18 de julho de 2012

8 - Perseu e as areias tempo...

                Como uma tarde única em todo Olímpo, os deuses observam os homens tentando entender o que havia de melhor em cada um deles, e como um segundo mágico e aterrorizante os portões do lugar reservado ao senhor absoluto de tudo, cai ao chão.
            Os gritos de Perseu com a ampulheta do tempo nas mãos exigem de Zeus a liberdade de sua amada, ele não sairá daquele lugar enquanto não for atendido e um único deus estiver vivo.
            Hades neste momento suspira de satisfação, ao ver que o irmão deixará de decidir as vontades e verdades dos homens e dos deuses, mesmo que isto custe sua existência, pois o que importa para ele é saber que onde estiver levará dentro dele a certeza de ter acabado com a supremacia de Zeus.
            Apostos os deuses empunham suas armas e perfilam-se prontos para combater o semideus Perseu, que ousa desafiar o senhor do Olímpo.
Como uma constelação gigantesca Athena adentra o templo de Zeus e suplica a todos que a deixe resolver está batalha sozinha, pois precisa dizer ao senhor do tempo e a Perseu quem era ela a divindade que carregou por um breve momento o amor, que lhe causou uma cicatriz eterna na alma e no corpo e tudo porque foi fraca.
Para conseguir atingir seus objetivos Athena abre as janelas do tempo e mostra a todos o quanto foi implacável com o homem Perseu o colocando no lugar em que todos os mortais deveriam sempre estar debaixo dos seus pés.
Dentro de um círculo de fogo os deuses se reúnem e passam a ela suas armas fundindo em seu corpo sua essência, aumentando os poderes da divindade.
Quando tudo estava pronto, Athena se aproxima de Zeus e confessa o quanto havia desejado ser mortal e poder ter novamente o toque dos lábios de Perseu. O amor era divino e não humano e ela odiava seus princípios e o pai por ter tirado dos deuses o melhor, e dado aos homens, e era por este motivo que ela mataria com satisfação o melhor que ele havia vivido com a mortal Daiane.
O sorriso de Athena congelou a alma de Zeus, contorcendo-lhes as vísceras, pois sabia naquele momento que perderia seu único filho e o mesmo momento que passou ver sua linda filha viver, o amor divino e mortal.
Nos jardins do Olímpo a brisa balança suavemente as vestes finas e transparentes da divindade que causa em Perseu uma triste e louca visão, o tempo lhe reconduz aos momentos vividos com a Athena deixando Perseu perceber o quanto fora amado. Sentindo a suavidade dos lábios dela, ele vira a ampulheta do tempo, pois acredita poder parar tudo e recomeçar, dizendo a ela o quanto a desejava, impedindo a bela deusa de cometer um ato tão forte.
Com os grãos de areia caindo um a um, Athena se aproxima de Perseu e olha fixamente em seus olhos e lhe diz:
-A ampulheta do tempo só pode ser utilizada por um semideus. Você não é. Ela toca seus lábios com os dela, e quando o último grão de areia toca o fundo contrário da ampulheta ela crava em seu peito sua espada, deixando cair de seus olhos à única lágrima que reservou ao Deus Perseu que sente a ira dos deuses destruindo o para sempre e o colocando no lugar onde ele devirá sempre estar nos pés de Athena.
Indiferente a tudo Athena arranca o coração de Perseu e o joga na terra do esquecimento para que todos saibam, ela estava livre.  De volta ao círculo de fogo ela devolve aos deuses suas armas, porém quando Afrodite recebe sua essência ela percebe o quanto fora cruel com a divindade e que Perseu amou Athena muito mais do que ela foi capaz de perceber.
Diante de Zeus Athena lhe entrega a ampulheta do tempo, mostrando ao pai o quanto era implacável com qualquer um que tentasse desafiar o senhor absoluto de tudo.
Hades furioso despeja sobre os homens sua ira, ele devasta uma longa faixa de terra criando o deserto árido e seco, para que os homens saibam que o amor de Perseu e Athena estava morto e que nunca fora vivido.
Zeus agradecido escreve nas estrelas a bela história de amor nunca vivida por Perseu e Athena. Separando para os mortais a lua e o sol, criando o dia e a noite e para que eles soubessem que como testemunha dos amantes à noite vestida pela lua  lhes permitirá segredos jamais revelados ao amanhecer ao senhor do dia o sol.
E foi neste encontro inebriante dos deuses, que o mundo descobre que os princípios de Athena são eternos imaculáveis.

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