A dualidade de Hérmia demonstrara aos deuses e
semideuses que os sentimentos destroem o que pode haver de melhor em cada ser
que se submete ou não a ele.
Protegidos no Olimpo os quatro buscam se
reestabelecerem dos momentos vividos a mercê das Ninfas, que agora travam uma
guerra particular com Hérmia que por se deixar comover-se por Afrodite, libertou
todos.
-Suas ações a colocam como uma mortal e não podemos
nos deixar comandar por uma Ninfa que não nos protege.
Efidríades é implacável em suas palavras e ações, pois
clama a Zeus que a destrua por ter tomado uma atitude contra os princípios
estabelecidos por ele.
Diante de Zeus Hérmia se vê outra vez a disposição de
sua ira, seus olhos expressam o pavor do momento vivido, porém ele se lembra do
que ela havia dito a Hercules quanto a ter protegido Cupido e para não se fazer
fraco diante das Ninfas ele a transforma uma linda flor de lótus.
Com o coração de Athena nas mãos, ele e deixa claro
outra vez que jamais será piedoso com quem quer que seja.
Porém, Efidríades devolve a ele sua ira, exigindo que
Hercules seja devolvido a ela, pois o amor que ele carregava envenenaram suas
lágrimas e por este motivo o amava loucamente e o odiava por fazê-la vítima de
tal sentimento.
Zeus olha para Efidríades e a reduz a condição humana,
colocando-a próxima a Hercules para que sinta que nada pode matar o que ele
sente por Afrodite.
Athena desperta
de sua viagem e vê o pai ao seu lado e um lindo diamante em suas mãos, sem
perguntar nada o deixa ali. Athena olha fixamente para seu próprio coração e
revive a maior angustia de sua existência humana, o amor de Perseu: que lateja,
embrulha o estômago, angustia, deprime e a faz tão frágil, pois a cólera da
incompreensão de Perseu retira da alma perdida de Athena um grito esmagador. O
sofrimento do amor não entendido obriga Hades a devolver o presente que lhe
fora dado em um instante de agonia.
Athena chama Afrodite e clama a divindade que afaste
sua alma e seu coração, ela precisa retomar a vida que escolheu guerrear e
manter-se imaculada, e isto seria impossível se fosse novamente invadida pela
essência de cupido, que em ebulição mantinha vivo o seu coração.
Afrodite toca o rosto da divindade, e suplica a ela
que não faça o que ela havia feito, porém se esta era sua escolha lhe ajudaria,
sem dar outra chance a Athena, ela levanta sua espada e fragmenta a alma abrindo
uma fenda em seu coração que deixa correr as lágrimas do Cupido a qual toma até
a última gota.
Livre de seu amor divino, Afrodite pega os pedaços da
alma e o coração morto de Athena que com profundas cicatrizes refletem a
palavra perdão e o entrega a Perseu. A dor estampada no ar que envolve a
divindade mostra a ele, que novamente ela preferiu os seus princípios.
Perseu, agora, saberá o que fazer com as relíquias em
suas mãos, pois deveria respeitar as vontades da divindade, com a dor do
arrependimento por não saber compreender que todo sentimento descrito a ele era
apenas uma junção de: ilusões, desejos imagináveis, calor de abraços e beijos
impossíveis, porém acima de tudo sentimentos simplesmente sentimentos.
Ele recompõe a alma despedaçada da divindade e a funde
em seu corpo semi-humano, pois não haveria lugar melhor para guardar o amor
recusado pela divindade que amou loucamente um semideus e verteu por ele a
última lágrima do mais sublime amor não realizado, que já se ouviu falar...
E novamente neste encontro entre as divindades, os
sentimentos matam os amores impossíveis dos deuses, enquanto os semideuses
vivem a incompreensão de não saber viver e sentir o amor.
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