Perdido na terra do esquecimento, Perseu procura desesperadamente pelo coração de Athena, pois quando Ares lhe entregou a encomenda de Afrodite cada pedaço da alma de Athena lhe feriu amargamente.
Perseu pegou a dor do arrependimento e colou a alma da divindade ao ver a fenda criada por suas ações, sentiu o pedido silencioso de perdão perturbar-lhe as vísceras colericamente. Era belo demais o que ela sentiu por ele e a dualidade do amor proibido, dela, quase o enlouqueceu.
Olhando o vazio de sua alma, sentiu falta de seu coração, voltou no tempo, e lembrou-se da última lágrima derramada por ela antes de vê-lo partir.
Na terra do esquecimento, percebe que seus pensamentos não conseguem enganar as vontades e verdades de seus sentimentos ele havia mentindo. O doce de suas lágrimas jamais poderia ser criado por ele. A essência do Cupido, mesmo sendo ele um semideus, jamais fora dada a ele, então não tinha como saber o que ela sentia. Ele nunca havia amado.
Por um longo tempo, Perseu lembrou e esqueceu o que estava fazendo ali. Sem saber que este era o desafio imposto aos visitantes que se atreviam cruzar as fronteiras daquele lugar criado por Zeus para punir as Ninfas que enganaram Cupido.
A imagem de Athena, olhando seu reflexo encantada, mostrou gentilmente a Perseu que o amor dela era sublime, pois se transformava dentro dela em cada segundo que viveu ao seu lado.
Zeus, compadecido com o desespero de seu filho abre as portas do tempo revelando a Athena o que as Ninfas do esquecimento estão fazendo com os pensamentos de Perseu.
Sem coração e alma ela não consegue lembrar os motivos de tal visão e se faz indiferente aos pedidos de Zeus.
Afrodite diverte-se com angustia de Zeus que não pode fazer nada, pois como punir a Deusa que deixou os sentimentos dizer-lhe o que fazer, mesmo platônico o amor não devia ser vivido por ela.
Olhando as portas do tempo, Afrodite se esquece de fechar as janelas de seu templo e Zeus descobre que foi ela a responsável por Perseu ir procurar o coração de Atena.
Irado com a atitude leviana da deusa, ele a obriga partir em busca de Perseu, porém, ela sabe que se cair na terra do esquecimento ficara por lá.
Desesperada, conta o que aconteceu a Ares que se faz alheio a sua dor, o que já era de se esperar. Sem conseguir nada com a divindade, ela chama Athena e pede ajuda para resgatar um grande amigo na terra do esquecimento, como uma grande Guerreira não se recusa, este passou a ser o motivo de sua existência depois de ter se purificado.
Durante algum tempo, Athena e Perseu lembram e esquecem o porquê estavam juntos naquele lugar, enquanto as Ninfas brincam com as duas almas perdidas.
Durante suas lembranças, Athena vê o rosto suave de Perseu balançando em seu colo e consegue tocar-lhe por um breve segundo, antes de esquecê-lo novamente, era tudo que uma guerreira precisava. Segurando o fio de sua existência ela parte pela fenda aberta em sua alma.
Seguros em seu templo, Athena chama Afrodite, entrega o amigo e o pedido foi atendido. Quando Afrodite percebe que ela não se lembra dos momentos vividos com Perseu, deixa suas lágrimas caírem sobre o rosto de Perseu que acorda e é profundamente agressivo com Athena.
Indiferente a suas palavras ela sorri, era uma guerreira. Não ia perder tempo com um mortal, só fora buscá-lo por respeito aos seus princípios, o bom combate.
Neste momento Athena vira-se e um pedaço de sua alma cai de suas vestes e ofuscam os olhos de Perseu a palavra “Perdão” que entra em seu peito como uma lança...
Afrodite novamente sem entender procura explicação para tanta dureza nos olhos do semideus, e não consegue descobrir nada, Perseu fechou as janelas de sua alma.
Nas portas do templo de Athena, antes de sair, Perseu chama a divindade e lhe propõe de juntos buscarem na terra do esquecimento o coração... Antes que concluísse o pedido, Athena sorri e pede a Perseu que desista, pois ele nunca achara seu coração ou sua alma...
Athena olha para Perseu e sai para outro bom combate... Antes que neblina cobrisse seu rosto ela grita: “Perdão”! Ele está morto, o diamante no pescoço da Ninfa... Lembra!
Neste novo encontro das divindades as palavras confundem os sentimentos e Perseu continua temendo o desconhecido...
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