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quinta-feira, 25 de agosto de 2011
Corporativismo e ética uma lição para toda a vida...
Para falar da espetacular lição que aprendi sobre corporativismo e que gostaria de compartilhar, não encontro ninguém mais precioso para me auxiliar do que o extra-ordinário Joãozinho. Sim! Aquele magnífico personagem das velhas e inesquecíveis “fábula infantil”.
Outro dia na escola ao iniciar minha aula, recebo o pobre Joãozinho que assustado não conseguia verbalizar uma única palavra. Mas como o ofício enfiou-me garganta abaixo, uma especialidade a qual não tinha a menor vocação não teve outra opção. - Joãozinho o que aconteceu? Tenha calma e me explique. Após algum tempo e de depois, de tomar um garrafão de água, ele começa a falar: - Minha mãe está com uma doença grave, falta de ética e corporativismo ela é professora! Viu professora!...
Chorando desesperadamente o menino não sabe como se controlar e lá vai mais um garrafão de água.
Com toda paciência do mundo, começo a falar sobre a rara e inexistente doença da mãe de Joãozinho. Outro dia fui ao médico que me passou um remédio errado, procurei seu colega de profissão e disse: - Doutor este remédio está me fazendo mal. Olhando atentamente para o exame ele diz rapidamente: - Calma senhora, o problema está na composição da fórmula que o laboratório fez, meu colega tem toda razão. Mas vamos trocar. A ética médica os torna corporativista e imperiosamente co-autores dos erros vividos em todos os cantos do planeta.
Diante da explicação o formidável Joãozinho se levanta e diz: - A ética professora! Não consegui entender! Mas o corporativismo! É aquilo que falta em sua profissão.
Quando fazem bagunça, todos nós ficamos quietinhos, sem falar quem foi. Já vocês quando lutam por condições de trabalho, esperam... Esperam... E esperam... Depois usufruem o pouco que os poucos de vocês conquistaram... Sozinho luta-se professora! Unidos se faz...!
-Joãozinho!...
Este menino ainda vai revolucionar o mundo...
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
O professor não é Bombril, mais exigem dele mil e uma especialidades
No calor de uma conversa entre
amigos, mais uma vez o professor é alvo do desrespeito com que é tratado na
escola e pela população. O Governo
Federal, através da LDB (Lei de Diretrizes e Bases), implantou o sistema de
progressão continuada, que aprova o aluno de uma série a outra sem saber nada.
E com o objetivo de poupar
recursos, obriga as escolas públicas a formarem todos os anos uma demanda de
alunos, sem o mínimo preparo para ingressar nas Faculdades e Universidades do
país, que por sua vez também dispõe ao mercado de trabalho uma demanda de
profissionais mal formados e desinformados.
Bem! Não se assustem, pois quem avalia estas
instituições de ensino de aprovam seu funcionamento é o MEC, o Ministério da
Educação e Cultura.
E o ensino vai mal... E a
culpa é do professor?
Este mesmo governo, tentando
camuflar a má distribuição de renda, provoca um dos grandes fatores
responsáveis por gerar as desigualdades
sociais... Que por sua vez também contribuem para o grave colapso social
vivido dentro do país.
Ainda na tentativa de
modificar tal situação, aplica medidas paliativas e assistencialistas como:
bolsa família, auxílio gás, bolsa escola, bolsa, bolsa...
Ações que não devolvem a
dignidade a este cidadão, apenas o acomoda a sua condição... E por incrível que
pareça saibam: Nós temos os maus médicos, engenheiros, mecânicos, farmacêuticos,
policiais, bandidos, mendigos, traficantes, governantes e assim por diante... E
a culpa também é do professor?
Então me ajudem a refletir: O
que podemos fazer ao receber um bilhete como este?
- “Professora, a Ana está
batendo na avó. Tome
providências...” A inversão de papéis e
a falta de valores obrigam tanto o professor como o sistema atual de ensino a
assumir responsabilidades que estão longe de serem sua. O professor não é Bombril, mais exigem dele
mil especialidades: psicólogo, fonoaudiólogo, pediatra, conselheiro, policial,
motorista, pai, mãe... Sendo assim me respondam:
- Em que momento ele será educador?
A extinção do Professor
Em pleno século XXI uma
reportagem revolta o cenário educacional do país, com o crescimento do PIB
estimado em 5% para os próximos 5 anos.
O Brasil assiste de mãos e pés atados a recusa dos jovens brasileiros ao
ofício de professor. A Revista Nova
Escola de fevereiro publicou um estudo encomendado pela Fundação Victor Civita
(FVC) à Fundação Carlos Chagas (FCC) que traz dados concretos e preocupantes:
apenas 2% dos estudantes do Ensino Médio têm como primeira opção no vestibular
de graduação diretamente relacionada à atuação em sala de aula. Os motivos justificados pelos jovens
entrevistados foram: Baixa remuneração – 40%; Falta de identificação
profissional ou pessoal – 32%; Desinteresse e desrespeito dos alunos – 17%;
Desvalorização social do professor – 17%; Más condições de trabalho – 12%;
Outros – 15%.
Então, perguntamos aos nossos
governantes: Como modificaremos esta realidade crucial e fazer com que o país
cresça se não existirem professores para capacitar os futuros profissionais das
diversas áreas?
A UNESCO, o órgão das Nações
Unidas revela: no Brasil os professores têm o pior salário, quando comparado a
32 países de economia equivalente. Com
baixos salários os docentes enfrentam jornadas duplas e às vezes triplas, em
salas de aula superlotadas. “Segundo o
mesmo órgão, o número adequado de alunos por classe deve situar-se 20 e 30 no
máximo, uma vez que as classes menores favorecem o estudo e a atenção docente
individualizada, além de reduzirem a tensão e a intensidade da tarefa docente,
corrigindo o importante fator de estresse.
Observe-se que no Brasil, não raro, o número de alunos é superior a 50
por classe. Há professores que chegam a
lecionar para até cerca de mil alunos, em até mais de 20 classes. Verifica-se, portanto, que as más condições
de trabalho, acentuam de maneira dramática a penosidade da profissão de
professor.
E quando à saúde do
professor? Vai de mal a pior, pois
doenças como estresse, (de acordo com a APEOESP, na Rede Pública Paulista, 46%
dos professores sofrem de estresse, depressão, síndrome do pânico e de burnout
(quando o profissional desenvolve uma relação apática com o ofício, motivado
pela estafa física e mental). São, junto
com a violência, as maiores causas de afastamentos. Isso quando o INSS acata a determinação
médica.
Se não pararmos para refletir
e agir, não teremos como acompanhar a evolução que o progresso capitalista nos
impõe, nos tornando assim uma nação submissa à vontade dos que detém o
conhecimento.
Mulheres, simplesmente mulheres.
Sexo frágil
nunca mais.
Invadimos o cenário político e
tomamos o poder em nossas mãos.
Mesmo sabendo que em algumas
esferas a representação feminina seja pouco significativa, gostaria de lembrar
que a Presidência do país é nossa.
Confiantes nesta
extraordinária virada, as mulheres do século XXI arregaçam novamente as mangas
e mais uma vez se fazem presentes na história.
Educadoras e discípulas do
conhecimento acreditam que a Educação é a arma mais poderosa para se mudar o Mundo.
Mundo em que a violência
contra mulheres vai além do desrespeito salarial, da jornada dupla de trabalho,
da falta de vagas nas creches, das marcas e cicatrizes corporais e morais que
algumas sofrem por seus companheiros violentos.
Falo da mutilação de seus corpos em nome de uma cultura machista e
desumana, da vergonha desoladora do estupro, do abandono paterno a seus filhos
com suas pensões miseráveis.
Porém, para ser justa, seria
preciso muitas páginas a fim de mostrar a força e a beleza de sermos simplesmente
mulheres.
Mulheres que ajudaram a
humanidade a caminhar para o bem e que se tornaram fortes, pois como as rosas,
mostraram seus espinhos e com eles abriram as portas do futuro, exemplo como os
de: Maria Madalena, julgada e condenada ao apedrejamento oportunizou a famosa
frase: “Quem não tiver pecado, atire a primeira pedra.”; Madre Tereza e irmã
Dulce que lutaram pelos famintos; Maria mãe de Jesus um exemplo de beleza e fé;
Maria Montessori uma revolucionária do Sistema Educacional.
Neste festival de Marias,
Helenas, Lúcias, Martas, Angelas... Não há beleza maior do que ser singelamente
o que somos, isto é, “Mulheres”.
sábado, 13 de agosto de 2011
Pai... Simplesmente pai.
Como falar de um ser tão especial, não tendo vivido esta especialidade? Simples! Basta avançar e voltar no tempo e sua consciência lhe mostrará o Criador. O pai de todos nós.
Por trás das cortinas da vida, eles compõem o escudo materno, na magnífica, apavorante e incontestável frase: - Vou falar pro seu pai.
As pernas tremem e lá vem ele cansado, depois de um dia trabalho acolher as reclamações de seus filhos.
Paciente nos coloca a sua frente e diz: - Já ti falei várias vezes obedeça a sua mãe, sua voz nos conduz ao pânico ao saber que somos naquele momento “vilões” nesta grande história de amor e conflitos. Depois, da bronca dada, nos faz transbordar de carinho, pois ser pai é:
Um homem sozinho! Aflito a espera de nossa chegada.
Um super herói! Em nossas histórias de quadrinhos.
Um menino! Com quem dividimos a bola.
Um amigo! Que acolhe nossas aflições...
E estes gigantes de múltiplas faces e funções são com toda certeza do amor que Deus tem por nós, a metade certa e inexplicável de um amor incondicional, que se fará presente em nossas vidas e por toda eternidade.
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
Democracia e Educação na Casa da “Mãe Joana”
O magistério não é uma profissão de risco, mais nos últimos anos venho refletindo se estou certa. Embriagada pela esperança de ensinar e a prender o que há de melhor na humanidade, vivi dentro da profissão grandes alegrias e muitas tristezas... Que por hora configura-me como um matrimônio infeliz ao qual temos que nos acomodar: “Ruim com o profissional que temos, pior sem ele”.
Sei que a violência nas escolas públicas é grande, contribuindo para insatisfação de seus profissionais, bem como para evasão dos mesmos deste importante mercado de trabalho.
Assistindo o programa da TV Senado, angustia-me tentar entender a “burocracia” de discussões que a meu ver não passam de transamazônicas.
Nascemos sabendo que o Brasil é um país que não valoriza a Educação e isto é um fato histórico, mesmo assim continuamos anos a fio tentando descobrir os culpados do fracasso educacional atirando para todos os lados. Precisamos de um culpado, pois não somos capazes de entender e aceitar que erramos, e na contra partida temos que acertar juntos.
A família, instituição responsável pelos primeiros passos de formação das crianças tem obrigações neste contexto, e omíti-las em interpretações de cunho pessoal ao Estatuto da Criança e do Adolescente é irracional.
O mundo mudou, mais o legado de responsabilidades paternas, os valores éticos e morais continuam os mesmos, nossos filhos têm que adentrar as instituições educacionais com civilidade e urbanidade. Por favor, obrigada, com licença, bom dia, boa tarde, ouvir o outro, sentar-se adequadamente nas salas, respeitar e acatar os comandos... São princípios que fundamentam limites que atravessaram os séculos e fará parte da formação do cidadão no terceiro milênio.
Como gestora de escola pública assusta-me a quantidade de pais que recebo por dia com um discurso, que me lembra “Um cego em meio ao um tiroteio”. Totalmente perdidos eles dizem que não sabem o que fazer com seus “filhos” e a relação: Quem é o adulto? Não se estabelece!...
Dentro das unidades escolares o vendaval de comportamentos atrelados as especificidades de profissões impostas ao professor o agride e como já havia dito em meus relatos anteriores: -“Ele não é Bombril, mas exigem dele mil e uma especialidades”.
Para a Presidente da Escola Brasileira de Professores, Guiomar Namo de Mello: O país continuará formando: “Alfabetizadores e professores de 1º ao 5º Ano que não conseguem diferenciar zero vírgula cinco de meio”... Segundo a mesma os alunos do Bandeirante, colégio renomado do Estado de São Paulo não se dedicará ao magistério. ...“ Nós deixamos a formação do professor destinada aos alunos do ensino médio público noturno, pois são eles que vão fazer o curso de pedagogia ou licenciatura. E vão pagar por isto! Depois vão dar aula na escola pública”... Mas uma vez nos escondemos atrás de diagnósticos da péssima qualidade educacional e da formação de seus profissionais. Perdoe-me: o leite já derramou! A criança já nasceu! Até quando ficaremos procurando com o pano na mão quem é o pai do rebento e quem ligou o fogo? Paguem um salário digno ao profissional da educação, reduzam sua carga de trabalho e garantam a ele capacitação em serviço, sobram vagas nas Universidades Públicas destinadas ao magistério. O país não pode parar!... Divagamos anos a procura de problemas sérios, estampados nas linhas, estrelinhas, desenhados e grafados em neon, que são resolvidos com medidas paliativas, copiando modelos educacionais importados “Made in China” totalmente fora de nossa realidade.
Acredito que nove mil reais por mês atrairá para profissão do magistério segundo “Heleno Araújo Filho” um número significativo de profissionais. Mas é nosso dever pensar! Isto não garante a qualidade do ensino público e nem do particular, pois se assim o fosse, não teríamos governantes corruptos que patrocinam o desvio de 60% a 70% das verbas públicas que tem como foco principal a área da saúde e da educação.
Neste oceano de lamurias e mazelas a fala do Senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) confirma uma possível tendência, e que espero, seja real para a próxima década “Se erramos, por que não consertamos?”
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