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segunda-feira, 11 de abril de 2011
Palavras e facas afiadas machucam tanto quanto...
Navegando pelo singelo vocabulário infantil, nos condicionamos a receber as verdades inocentes sem magoas ou questionamentos. E o tempo que destrói e constrói as coisas belas, como dizia o nobre poeta, nos consome hoje em sentimentos nobres e ruins. E as inocentes verdades, agora amadurecidas, devem ou não ser ditas?
Durante alguns anos não consegui entender porque as palavras doíam mais do que as surras ou as brigas de corpo a corpo com os colegas de escola.
Porém, ao escolher como profissão o doce ofício do ensinar, tive a oportunidade de entender...
Latejando sobre a pele fina de meus tímpanos, sinto ecoar os gritos de minha professora arrancando a folha de meu caderno “- Que nojo, que falta de capricho, vai fazer outra vez!”.
E nesta mesma retrospectiva, tenho dentro de mim a lembrança, o cheiro suave do perfume do professor de português “Casério” que educadamente lia em voz baixinha o bilhetinho da menina apaixonada, chamando-a de lado e numa didática mágica lhe dizia: - Suas palavras são lindas, mas não é “eu ti amo” é eu te amo... Gostaria muito que você corrigisse seus erros de ortografia...
Neste mesmo grupo encontrava-se professores que dispensavam os bilhetinhos no primeiro lixo a sua frente, ou que faziam comentários pejorativos ao ser agarrados e beijados por seus alunos na saída das aulas...
Os anos se passaram e os novos educadores lembram-me poucos os professores de minha infância, porém nas andanças educacionais, ainda percebo o velho lobo que habita o interior de alguns colegas de profissão. Irados, esquecem que palavras são como facas afiadas, que quando machucam deixam cicatrizes no interior dos seus interlocutores, “os alunos”, e por contra partida os levam ao labirinto de um sistema falido e com mazelas de uma categoria violentada no bem mais precioso: a “dignidade” de ser educador.
Mas o que parece perdido não está, pois dentro desta longa trajetória percorrida por mim e meus colegas de ofício, ainda somos capazes de extrair o melhor de nosso melhor... Pois acreditamos que palavras expressam sentimentos, se bons transformam vidas e homens... E que as mesmas como afirma o slogan da marca: Bombril tem milhares de utilidades e uma infinidade de maneiras de serem ditas...
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certa vez uma amiga disse o seguinte... Se um médico erra, ele mata um só, mas se um professor erra ele pode matar 30. Infelismente palavras mal ditas podem matar sonhos, ideais, esperança...
ResponderExcluirParabéns Sil, seus textos são lindos.
Um beijão
Patti